Rússia traz novas unidades militares para defender Kherson, diz oficial da Ucrânia
Major-general Kyrylo Budanov afirma que russos agem por medo de que as tropas ucranianas possam retomar a importante barragem de Kakhovka, que fica a Leste de Kherson
A Rússia está trazendo novas unidades militares para Kherson enquanto se prepara para defender a cidade de qualquer nova ofensiva ucraniana, disse o chefe da Agência de Inteligência de Defesa da Ucrânia em entrevista ao site de notícias Ukrainska Pravda, com sede em Kiev.
O major-general Kyrylo Budanov disse que, enquanto Moscou transferia pessoas feridas, dinheiro e as autoridades administrativas e instituições financeiras instaladas pela Rússia para fora da cidade, estava colocando mais tropas.
“[O banco russo] Promsvyazbank e outras estruturas financeiras que os russos trouxeram para lá estão sendo retirados”, disse Budanov.
“Eles estão tirando dinheiro, servidores [de internet], as chamadas autoridades de ocupação … Todos os que não andam, feridos graves estão sendo retirados, estão tentando liberar os que podem andar o mais rápido possível dos hospitais … Eles criam a ilusão de que tudo está perdido”, acrescentou Budanov.
“E ao mesmo tempo, pelo contrário, trazem novas unidades militares para lá e preparam as ruas da cidade para a defesa”.
Budanov disse que Moscou estava agindo por medo de que as tropas ucranianas pudessem retomar a importante barragem de Kakhovka, que fica a Leste de Kherson, e cercar suas tropas na cidade.
“Eles entendem que se assumirmos pelo menos o controle da barragem de Kakhovka… eles terão que tomar uma decisão muito rapidamente. Ou [eles terão que] muito, muito rapidamente deixar a cidade e sair, ou correm o risco de acabar na mesma situação em que nossas unidades em Mariupol se encontraram anteriormente”, disse ele.
“Entendendo tudo isso, eles estão preparando o terreno para que, se necessário, possam sair de lá muito rapidamente. No entanto, eles não estão se preparando para sair agora. Eles estão se preparando para defender”.
Budanov repetiu as alegações de que os russos haviam “minado parcialmente” a barragem.
Ele disse não acreditar que as forças russas a destruiriam completamente, porque isso inundaria grande parte da região de Kherson e cortaria o fornecimento de água para a Crimeia anexada e a usina nuclear de Zaporizhzhia.
“Em outras palavras, se você fizer uma destruição completa, o cenário é o seguinte. Eles estão prontos para isso? Acho que não”, disse.
