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    Rússia tenta negociar antes de lançar nova ofensiva contra a Ucrânia, diz professor

    À CNN, Leonardo Trevisan lembrou que os russos convocaram 300 mil reservistas

    professor de Relações Internacionais da ESPM Leonardo Trevisan
    professor de Relações Internacionais da ESPM Leonardo Trevisan CNN/Reprodução

    Ricardo Gouveiada CNN

    em São Paulo

    No gesto mais recente a Volodymyr Zelensky, o governo de Vladimir Putin anunciou uma condição para encerrar a guerra: a desmilitarização da Ucrânia.

    A proposta veio nesta segunda-feira (26) por meio do ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov.

    Mas o gesto é feito enquanto as Forças Armadas russas se reestruturam com 300 mil reservistas convocados, depois de 10 meses de conflito.

    “É neste contexto que a gente tem que olhar ao Zelensky e à resposta do Lavrov”, indicou o professor de Relações Internacionais da ESPM Leonardo Trevisan à CNN Rádio.

    Para o professor, é como se Lavrov dissesse que “antes de piorar a situação, não seria melhor que nós sentássemos à mesa de negociação?”.

    Trevisan considera que a dificuldade está na condição exigida pelos russos, que não aceitam a entrada da Ucrânia na Organização do Tratado do Atlântico Norte. O professor alega que é isso que Putin quer dizer com “desmilitarização”.

    “A guerra só vai encontrar formato de saída quando percebermos que os dois lados sentirem que é preciso fazer alguma concessão”, avalia.

    Leonardo Trevisan acrescentou que, por trás do conflito entre os dois países vizinhos, as duas maiores potências do mundo travam uma disputa econômica e articulam alianças em meio à guerra.

    “Sabe aqueles joguinhos de marionete? Nós temos dois grandões mexendo nisso: China de um lado e Estados Unidos do outro”, disse Trevisan, salientando que a Europa estava se aproximando bastante da China.

    “Os americanos equilibraram o jogo fazendo o convite para que a Ucrânia entrasse na Otan. Isso preocupou a Rússia e obrigou os europeus a tomarem uma decisão pró-Estados Unidos para não ficarem frágeis em relação ao poder russo.”

    O professor ressaltou que todas as partes envolvidas no conflito buscam negociações, uma vez que estão se exaurindo. Além do desgaste militar entre russos e ucranianos, os demais países europeus enfrentam altos custos de energia durante o inverno, agravados pelas sanções contra a importação de gás russo.