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    Rússia tenta depor governos de cidades ocupadas, mas enfrenta resistência ucraniana

    Tropas russas já detiveram prefeitos de pelo menos duas cidades, mas população local mantém oposição

    Manifestantes nas ruas de Kherson, contra a ocupação russa
    Manifestantes nas ruas de Kherson, contra a ocupação russa Reprodução/Telegram

    Emmet LyonsJosh PenningtonPaul P. MurphyRob Pichetada CNN

    A Rússia está enfrentando novas formas de resistência nas cidades que conquistou na Ucrânia, onde tentativas de sequestrar e substituir líderes políticos foram recebidas com resistência legal e protestos públicos desafiadores.

    Tropas russas detiveram prefeitos de pelo menos duas regiões, dizem autoridades ucranianas, substituindo um deles por um membro da oposição pró-Kremlin. Legisladores de uma terceira cidade ocupada pela Rússia dizem que as bases estão sendo montadas para um golpe político.

    Apesar de superar a resistência militar ucraniana significativa para ocupar os territórios, as tentativas de expulsar os líderes locais levaram a novas dificuldades para Moscou.

    O procurador-geral da Ucrânia abriu uma investigação de traição contra Galina Danilchenko, a prefeita recém-empossada de Melitopol, no sudeste do país, ocupada pela Rússia, depois que o então prefeito eleito da cidade, Ivan Fedorov, foi preso por homens armados na última sexta-feira (11).

    A medida segue um apelo feito por legisladores da cidade para uma investigação criminal de Danilchenko sobre o que chamaram de “alto crime de traição, por tentar estabelecer um governo de ocupação em Melitopol”.

    O conselho da cidade acusou Danilchenko – ex-membra do conselho da cidade, de acordo com o site da administração regional – de dissolver o governo da cidade e transferir seus poderes para um Comitê de Deputados Populares.

    Danilchenko declarou-se líder local e disse imediatamente em um discurso televisionado no domingo (13) que “canais de TV russos” começariam a ser transmitidos na cidade. Sua ascensão foi recebida por protestos, com manifestações com centenas de pessoas do lado de fora da prefeitura, cantando “Liberdade para o prefeito” e “Fedorov”.

    O promotor regional de Luhansk, apoiado pela Rússia, região controlada pelos separatistas a cerca de 480 km de Melitopol, afirmou que o motivo da prisão de Fedorov foi crime de terrorismo.

    Ivan Fedorov, prefeito eleito de Melitopol / Facebook

    Um segundo prefeito – Yevhen Matveyev, líder de Dniprorudne, uma pequena cidade ao norte de Melitopol – foi sequestrado por tropas russas no domingo, segundo o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba.

    “Hoje, criminosos de guerra russos sequestraram outro prefeito ucraniano democraticamente eleito, chefe de Dniprorudne Yevhen Matveyev. Obtendo zero apoio local, os invasores se voltam para o terror. Peço a todos os estados e organizações internacionais que parem com o terror russo contra a Ucrânia e a democracia”, escreveu Kuleba nas redes sociais.

    A CNN não pôde confirmar a alegação de forma independente.

    E na cidade de Kherson, no sul, uma batalha política está em andamento para impedir que a cidade ocupada se transforme em uma república separatista pró-Rússia. Ihor Kolykhaiev, prefeito de Kherson, disse que protestos em massa mostram que “Kherson é a Ucrânia” e insistiu que mantém o controle administrativo da cidade.

    Em vídeo compartilhado no Facebook, Kolykhaiev disse: “a cidade está vivendo em modo normal, a Câmara Municipal está funcionando, todos os deputados estão trabalhando, todos os estabelecimentos de serviços públicos estão funcionando. Kherson é a Ucrânia”.

    Kherson está ocupada pelas forças russas desde 3 de março. Nos últimos dias, pelo menos um funcionário do conselho regional da cidade alertou que as forças de ocupação estavam preparando as bases para a “República Popular de Kherson”.

    No domingo, centenas de manifestantes lotaram as ruas da cidade para protestar contra os supostos planos russos. O prefeito disse que foi um “protesto pacífico para mostrar a posição dos cidadãos”.

    Aludindo a relatos de manobras políticas russas, Kolykhaiev alertou que “parece haver conversas nos bastidores, e as pessoas que querem mudar a estrutura política de nosso país e do sul da Ucrânia estão tentando influenciar essa situação”.

    À medida que as forças russas invadem outras grandes cidades ucranianas, os desafios em locais ocupados podem sinalizar uma longa e difícil batalha para Moscou consolidar o poder político, se tiver sucesso em seus objetivos militares.

    Enquanto isso, a situação humanitária dos ucranianos nas cidades ocupadas continua a se deteriorar. Kolykhaiev disse que Kherson foi cortado da ajuda humanitária e estava ficando sem recursos, menos de duas semanas depois de sua ocupação.

    Ele disse que a cidade “não pode receber carga humanitária. A comida está acabando nas lojas, estamos ficando sem gasolina, só temos óleo diesel nos postos de gasolina. Estamos ficando sem remédios e insulina”. “Nossa principal arma é a unidade”, afirmou ele.

    Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.

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