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    Rússia quer incluir assassino condenado em troca de jogadora americana presa

    Governo dos Estados Unidos tenta repatriar a atleta Brittney Griner, além de Paul Whelan; ambos estão presos em território russo

    Natasha BertrandFrederik Pleitgenda CNN

    Autoridades do governo russo solicitaram a inclusão de um ex-coronel da agência de espionagem do país –condenado na Alemanha no ano passado por assassinato– na proposta dos EUA de troca de prisioneiros, cujas tratativas incluem a libertação de um notório traficante de armas pela jogadora de basquete Brittney Griner e por Paul Whelan, disseram fontes familiarizadas com o assunto à CNN.

    No início deste mês, por meio de um canal informal usado pela agência de espionagem (conhecida como FSB), os russos comunicaram seu pedido aos EUA para incluírem Vadim Krasikov nas negociações, além de libertarem Viktor Bout, informaram as fontes. Krasikov foi condenado à prisão perpétua em dezembro pelo assassinato de um ex-combatente checheno, Zelimkhan “Tornike” Khangoshvili, no parque Kleiner Tiergarten de Berlim, em 2019.

    O pedido foi visto como problemático por várias razões, disseram as fontes à CNN, incluindo o fato de Krasikov permanecer sob custódia alemã. Desta maneira, e como o pedido não foi comunicado formalmente, mas sim por meio de um canal secundário da FSB, o governo norte-americano não o reconheceu como uma contraproposta legítima à oferta dos EUA, que foi revelada pela primeira vez pela CNN na quarta-feira (27).

    No entanto, demonstrando a determinação do governo Biden de levar Griner e Whelan de volta aos EUA, as autoridades norte-americanas questionaram discretamente os alemães sobre a possibilidade de incluir Krasikov na troca, como comentou um alto funcionário do governo alemão à CNN. Um oficial dos EUA caracterizou o contato como uma verificação da situação de Krasikov.

    As conversas nunca chegaram aos níveis mais altos do governo alemão, e a inclusão de Krasikov em uma possível troca não foi seriamente considerada, afirmou a fonte alemã. Mas as discussões não relatadas anteriormente revelam que, pelo menos de alguma forma, as autoridades russas se envolveram com a proposta dos EUA.

    Embora o pedido não tenha sido feito por meio de canais formais, a FSB possui um amplo escopo e é uma parte central do aparato de segurança russo. O presidente russo, Vladimir Putin, notoriamente trabalhou em seu poderoso antecessor, a KGB.

    Em resposta a um pedido de comentário, um funcionário do Departamento de Estado dos Estados Unidos disse à CNN que “a fim de preservar a melhor oportunidade para um resultado bem-sucedido, não vamos comentar publicamente sobre nenhuma especulação”.

    O Secretário de Estado, Antony Blinken, disse na quarta-feira (27) que os EUA tinham apresentado “uma proposta considerável semanas atrás” para facilitar a libertação de Griner e Whelan. Blinken ainda acrescentou que “nossos governos se comunicaram repetida e diretamente sobre essa proposta”.

    Na sexta-feira (29), o Secretário de Estado norte-americano conversou sobre a troca com o ministro de Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov. Eles tiveram uma “conversa franca e direta”, disse Blinken.

    “Pressionei o Kremlin a aceitar a considerável proposta que fizemos para a libertação de Paul Whelan e Brittney Griner”, acrescentou.

    Diversas fontes disseram à CNN que, mesmo que não seja Krasikov, os russos provavelmente exigirão que dois prisioneiros sejam libertados em troca de Griner e Whelan. Autoridades do governo russo indicaram publicamente nas últimas semanas que querem ver a libertação de Bout e Roman Seleznev, um hacker condenado que atualmente cumpre uma pena de 27 anos nos EUA.

    “Não tenho certeza se qualquer atitude adicional, especialmente na esfera pública, ajudará a chegar a um acordo correto e equilibrado ou servirá de base para mitigar o destino de muitos de nossos compatriotas, como Viktor Bout, que tem problemas de saúde, ou Seleznev e tantos outros”, comentou o vice-ministro russo das Relações Exteriores, Sergey Ryabkov, a repórteres no início deste mês.

    Mas as autoridades dos EUA acreditam que a Rússia está apenas tentando ganhar tempo fazendo ofertas vazias até o término do julgamento de Griner.

    Griner está sendo julgada por supostamente ter entrado na Rússia em fevereiro com óleo derivado de cannabis em sua bagagem, algo que ela afirma usar como analgésico, e que colocou em sua mala sem querer. Whelan, por sua vez, foi condenado por acusações de espionagem em 2020 e sentenciado a 16 anos de prisão. O Departamento de Estado declarou que ambos foram detidos injustamente.

    (Jennifer Hansler da CNN contribuiu para esta reportagem)

    Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.

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