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    Rússia pede assento no Conselho de Direitos Humanos da ONU após ter sido suspensa

    Remoção de Moscou do Conselho se deu por conta da invasão à Ucrânia e suspeitas de uma série de crimes de guerra cometidos pelo Kremlin dentro e fora do campo de batalha

    Richard Rothda CNN

    A Rússia pediu um assento no Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), após ter sido suspensa no ano passado por invadir a Ucrânia.

    A reunião que pode marcar o retorno, ou a negativa à Moscou foi marcada para esta terça-feira (10).

    A guerra da Rússia na Ucrânia ainda prossegue e várias investigações da ONU sobre direitos humanos acusaram Moscou de cometer abusos contra os direitos humanos, dentro e fora do campo de batalha.

    O Tribunal Penal Internacional (TPI) chegou a emitir um mandado de detenção para o presidente russo, Vladimir Putin, devido às acusações de que Moscou sequestrou crianças ucranianas — órfãs na guerra — e as levou para Rússia.

    No entanto, o Kremlin espera que um número suficiente de países integrantes da ONU estejam prontos para dar o aval de entrada da Rússia no Conselho de Direitos Humanos.

    À medida que o apoio à Ucrânia diminui em alguns setores políticos dos Estados Unidos, o resultado da votação no Conselho dos Direitos Humanos oferecerá uma nova visão sobre como o mundo em geral se sente agora em relação à Rússia — e quantos países poderão estar dispostos a ignorar as suas ações na Ucrânia.

    A votação deverá começar na manhã desta terça-feira na Assembleia Geral da ONU em Nova Iorque, onde delegados de todos os 193 Estados-membros se sentam e fazem negócios.

    O Conselho de Direitos Humanos é composto por 47 Estados-membros, distribuídos por região geográfica e eleitos pelas nações vizinhas. Na terça-feira, três países disputarão dois lugares para o bloco da Europa do Leste: a Rússia concorre contra a Albânia e a Bulgária.

    Em teoria, a votação leva em consideração o histórico e os compromissos do candidato em matéria de direitos humanos. A votação é secreta, o que torna mais fácil para as nações escolherem livremente, conforme os seus interesses no jogo geopolítico.

    Alguns poderão aprovar a Rússia apenas para enviar uma mensagem aos EUA sobre o seu comportamento de grande potência. Outras nações precisam que Moscou seja generoso com alimentos e cereais.

    A Rússia aderiu ao Conselho de Direitos Humanos em Janeiro de 2021. Mas em Abril de 2022, tornou-se o primeiro país a ser removido do conselho desde a Líbia em 2011. Noventa e três nações apoiaram a medida para remover Moscou, enquanto 24 votaram contra e 58 se abstiveram.

    China, Cuba, Coreia do Norte, Irã, Síria e Vietnã, juntamente com a Rússia, estavam entre os que se opunham à medida. Brasil, África do Sul, México, Egito e Arábia Saudita se abstiveram.

    Veja também: CNN acompanha voo de drone em área ocupada pela Rússia

    “Todos os dias, quando a Rússia e a China cometem abusos em grande escala, elas nos lembram que não deveriam ser membros do Conselho de Direitos Humanos da ONU”, disse o diretor da ONU da Human Rights Watch, Louis Charbonneau.

    “Nenhum Estado é perfeito”, admite, mas sublinha que os registos de direitos humanos da Rússia, do Burundi (África Oriental), da China e de Cuba — todos competindo por um assento de três anos no Conselho ou pela reeleição — são “péssimos”.

    Na semana passada, a delegação russa na ONU realizou um discurso em Nova Iorque quanto a sua candidatura ao Conselho. “A Rússia está pronta para continuar a promover os direitos humanos como uma componente da aproximação de Estados e grupos de Estados e não como uma questão de discórdia, pressão e orientação”, disse o Embaixador Vassily Nebenzia, durante fala aos convidados presentes.

    Mas os representantes dos EUA lembraram incansavelmente aos países as violações dos direitos humanos que se seguiram à invasão provocada por Moscou.

    Embora a Rússia diga que não ataca alvos civis, uma criança adormecida estava entre os mortos em um ataque com mísseis russos na cidade de Kharkiv na semana passada, segundo autoridades ucranianas. Outra criança estava entre as dezenas de mortos quando mísseis russos atingiram uma mercearia e um café na aldeia de Hroza.

    “Esperamos que os membros da ONU rejeitem firmemente a sua candidatura absurda, como fizeram esmagadoramente no ano passado”, disse Jason Evans, porta-voz da delegação dos EUA nas Nações Unidas, à CNN.

     

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