Rússia não vai ceder sob pressão de sanções, diz Kremlin
Porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou ainda que as alegações de uso de bombas de fragmentação e bombas a vácuo são falsas
As sanções ocidentais nunca farão a Rússia mudar sua posição sobre a Ucrânia, disse o Kremlin nesta terça-feira (1º).
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que, embora as negociações diretas entre Moscou e Kiev tenham começado, não há planos para conversas entre os presidentes dos dois países.
Peskov afirmou que as alegações de ataques russos a alvos civis e o uso de bombas de fragmentação e bombas a vácuo são falsas.
Ele se recusou a fazer uma avaliação da situação militar no terreno no sexto dia da invasão da Ucrânia pela Rússia, que o Kremlin descreve como uma operação especial para desmilitarizar e “desnazificar” o país.
Peskov se recusou a comentar se o Kremlin considera a capital Kiev sob o controle dos nazistas, referindo a questão aos militares russos.
Entenda o conflito
Após meses de escalada militar e intemperança na fronteira com a Ucrânia, a Rússia atacou o país do Leste Europeu. No amanhecer desta quinta-feira (24), as forças russas começaram a bombardear diversas regiões do país – acompanhe a repercussão ao vivo na CNN.
Horas mais cedo, o presidente russo, Vladimir Putin, autorizou uma “operação militar especial” na região de Donbas (ao Leste da Ucrânia, onde estão as regiões separatistas de Luhansk e Donetsk, as quais ele reconheceu independência).O que se viu nas horas a seguir, porém, foi um ataque a quase todo o território ucraniano, com explosões em várias cidades, incluindo a capital Kiev.
De acordo com autoridades ucranianas, dezenas de mortes foram confirmadas nos exércitos dos dois países. Em seu pronunciamento antes do ataque, Putin justificou a ação ao afirmar que a Rússia não poderia “tolerar ameaças da Ucrânia”. Putin recomendou aos soldados ucranianos que “larguem suas armas e voltem para casa”. O líder russo afirmou ainda que não aceitará nenhum tipo de interferência estrangeira.
Esse ataque ao ex-vizinho soviético ameaça desestabilizar a Europa e envolver os Estados Unidos.
A Rússia vem reforçando seu controle militar em torno da Ucrânia desde o ano passado, acumulando dezenas de milhares de tropas, equipamentos e artilharia nas portas do país. Nas últimas semanas, os esforços diplomáticos para acalmar as tensões não tiveram êxito.
A escalada no conflito de anos entre a Rússia e a Ucrânia desencadeou a maior crise de segurança no continente desde a Guerra Fria, levantando o espectro de um confronto perigoso entre as potências ocidentais e Moscou.
(Com informações de Sarah Marsh e Madeline Chambers, da Reuters, e de Eliza Mackintosh, da CNN)