Rússia multa WhatsApp por recusa de armazenar dados de usuários russos internamente
Moscou entrou em conflito com a Big Tech sobre conteúdo, censura, dados e representação local em disputas que aumentaram desde a invasão da Ucrânia
Um tribunal russo multou nesta quinta-feira (28) o WhatsApp, da Meta, o proprietário do Snapchat Snap Inc e outras empresas estrangeiras por sua suposta recusa em armazenar os dados de usuários russos internamente, informaram agências de notícias.
Moscou entrou em conflito com a Big Tech sobre conteúdo, censura, dados e representação local em disputas que aumentaram desde que a Rússia enviou suas forças armadas para a Ucrânia em 24 de fevereiro.
O Tribunal Distrital de Tagansky, em Moscou, multou o WhatsApp em 18 milhões de rublos (cerca de R$ 1,5 milhão), o Tinder Match Group em 2 milhões de rublos (cerca de R$ 170 mil) e Snap e Hotels.com, de propriedade do Expedia Group Inc EXPE.O, em 1 milhão de rublos (cerca de R$ 85 mil), informaram agências de notícias. O WhatsApp foi multado pelo mesmo delito em agosto passado.
Nenhuma das empresas respondeu imediatamente aos pedidos de comentários.
A agência de notícias RIA citou um advogado da Hotels.com dizendo que a empresa não reconheceu a cobrança como uma ofensa, acrescentando que a empresa parou de processar quaisquer dados de usuários da Rússia desde 1º de abril.
A Rússia restringiu o acesso às principais plataformas do Meta, Facebook e Instagram, bem como à rede social Twitter, logo após o início do conflito na Ucrânia, uma medida que os críticos lançaram como um esforço da Rússia para exercer maior controle sobre os fluxos de informações.
A Meta foi considerada culpada de “atividade extremista” na Rússia e viu um recurso contra a tag rejeitado em junho, mas Moscou permitiu que o WhatsApp permanecesse disponível.
De acordo com a decisão, ao se referir ao Meta na esfera pública, organizações e indivíduos são obrigados a incluir o aviso de que as atividades da Meta são proibidas em território russo.
O LinkedIn, da Microsoft, está bloqueado na Rússia há anos depois que um tribunal considerou que violou a regra de armazenamento de dados, aprovada em 2015.