Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Rússia intensifica ataque com mísseis, e autoridade de Kherson pede que população deixe região

    Governador que é empossado pela Rússia apelou para que os moradores deixem o local em meio ao aumento dos conflitos

    Olga VoitovychJulia Kesaievada CNNMax HunderSabine Sieboldda Reuters

    Mísseis russos atingiram dezenas de cidades e vilas ucranianas nas últimas 24 horas, enquanto o chefe de uma das regiões anexadas pela Rússia disse aos moradores nesta quinta-feira (13) que deixassem o local em meio a combates entre forças russas e ucranianas que avançavam.

    Um dia depois de o Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) ter condenado e classificado como ilegal a incorporação de quatro regiões parcialmente ocupadas por Moscou ao seu território, o governador empossado pela Rússia de uma delas, a região de Kherson, no Sul da Ucrânia, apelou para que os moradores levem seus filhos e saiam.

    O oficial, Vladimir Saldo, pediu a ajuda de Moscou no transporte de civis para a Rússia, dizendo que as cidades da região foram alvo de ataques com mísseis.

    Desde agosto, Kherson tem sido o centro de uma grande contraofensiva ucraniana na qual Kiev diz ter retomado mais de 1.170 quilômetros quadrados de terra.

    As tropas russas não estavam se preparando para deixar Kherson, disse outra autoridade instalada na Rússia.

    Depois que a Rússia perdeu terreno desde o início de setembro em torno de Kherson e de uma grande área no Nordeste do país, Moscou intensificou sua campanha aérea, levando os aliados de Kiev a prometer mais sistemas de defesa aérea e outras ajudas militares.

    Na quinta-feira, aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) reunidos em Bruxelas revelaram planos para também reforçar as defesas aéreas da Europa com o Patriot e outros sistemas de mísseis.

    “Estamos vivendo tempos ameaçadores e perigosos”, disse a ministra da Defesa alemã, Christine Lambrecht, em uma cerimônia de assinatura na qual a Alemanha e mais de uma dúzia de membros europeus da Otan se comprometeram a adquirir armas conjuntamente para um “escudo do céu europeu” para melhor proteger seu território.

    Moscou renovou os alertas de que mais ajuda militar para Kiev tornou os membros da aliança militar liderada pelos Estados Unidos “uma parte direta do conflito”, e disse que admitir a Ucrânia na aliança desencadearia um conflito global.

    “Kiev está bem ciente de que tal passo significaria uma escalada garantida para uma Terceira Guerra Mundial”, disse o vice-secretário do Conselho de Segurança da Rússia, Alexander Venediktov, à agência de notícias estatal TASS na quinta-feira.

    Moscou tem repetidamente justificado a invasão de 24 de fevereiro que matou dezenas de milhares de pessoas, no que chama de “operação especial”, dizendo que as ambições da Ucrânia de se juntar à aliança representam uma ameaça à segurança da Rússia.

    A adesão da Ucrânia continua a ser uma perspectiva distante, principalmente porque sua adesão durante uma guerra em curso colocaria os Estados Unidos e aliados em conflito direto com a Rússia sob a cláusula de defesa coletiva da aliança.

    Washington e outros membros da Otan forneceram à Ucrânia armas para combater a Rússia e impuseram sanções econômicas abrangentes, mas tentaram evitar um envolvimento mais direto na guerra.

    Em Bruxelas para uma reunião dos ministros da Defesa da Otan, incluindo conversas a portas fechadas de seu grupo de planejamento nuclear, o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, prometeu defender “cada centímetro” do território dos membros.

    Logo após o início do ataque da Rússia, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky sinalizou que estava disposto a considerar a neutralidade, mas desde então pediu adesão rápida, horas depois que o presidente russo Vladimir Putin proclamou as regiões de Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporizhzhia como terras russas em 30 de setembro.

    Nas últimas 24 horas, mísseis russos atingiram mais de 40 assentamentos, enquanto a Força Aérea ucraniana realizou 32 ataques a 25 alvos russos, disse o Estado-Maior das Forças Armadas da Ucrânia.

    A cidade portuária de Mykolaiv, no Sul, foi bombardeada em massa, disseram autoridades locais.

    “Sabe-se que vários objetos civis foram atingidos”, disse o governador regional Vitaly Kim em um post nas redes sociais.

    Ele disse que os dois últimos andares de um prédio residencial de cinco andares foram completamente destruídos e o restante estava sob escombros. Imagens de vídeo fornecidas pelos serviços de emergência do estado mostraram equipes de resgate retirando dos escombros um menino de 11 anos, que Kim disse ter passado seis horas preso sob os escombros.

    Ataques

    Moradores da região de Ternopil, no Oeste, relataram explosões na cidade de Chortkiv e na cidade de Ternopil. Não está claro se elas foram devidos a mísseis ou defesas aéreas em ação. Não houve nenhuma palavra oficial sobre a causa.

    Maksym Kozytskyi, chefe da Administração Militar da Região de Lviv, disse que os russos “atingiram uma das instalações militares na região de Lviv. Este é um ataque repetido nesta instalação. A propriedade militar foi destruída, não há vítimas… 3 mísseis, 2 hits, 1 míssil foi derrubado por nossas forças de defesa aérea”.

    Uma semana de ataques mortais: alvos civis em toda a Ucrânia foram atacados esta semana, enquanto Moscou retalia pela enorme explosão do fim de semana passado na ponte que liga a Crimeia anexada ao continente russo.

    Os ataques continuam nesta quinta-feira, incluindo um ataque de drone “kamikaze” na região de Kiev e bombardeio de edifícios residenciais na cidade de Mykolaiv, no Sul.