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    Rússia está ajudando Coreia do Norte a lançar satélite espião, aponta inteligência sul-coreana

    Regime de Kim Jong-un retribuiu com mais de 10 carregamentos de munições para a Rússia para uso na guerra contra a Ucrânia, segundo Seul

    Kim Jong Un e Vladimir Putin se reúnem na Rússia
    Kim Jong Un e Vladimir Putin se reúnem na Rússia 13/9/2023 KCNA via REUTERS

    Jack KimHyonhee ShinJu-min Parkda Reuters

    A Coreia do Norte está nos estágios finais dos preparativos para o lançamento de um satélite espião e as chances de sua terceira tentativa ter sucesso são altas, informou a agência de inteligência da Coreia do Sul nesta quarta-feira (1º).

    A Coreia do Norte também enviou mais de 10 carregamentos de munições para a Rússia para uso na guerra contra a Ucrânia, incluindo mais de um milhão de cartuchos de artilharia, afirmou o Serviço Nacional de Inteligência (NIS, na sigla em inglês).

    Este é aproximadamente o fornecimento de munições que a Rússia gasta na sua guerra com a Ucrânia em dois meses, disse um membro da comissão parlamentar sul-coreana, Yoo Sang-bum.

    O NIS produziu um relatório numa sessão a portas fechadas do comitê de inteligência do parlamento.

    Os carregamentos foram feitos por navios que se deslocavam entre um porto da costa leste da Coreia do Norte e portos russos, como os Estados Unidos relataram anteriormente, bem como por via aérea a partir da Coreia do Norte, acrescentou a agência.

    “A Coreia do Norte está operando as suas fábricas de munições em plena capacidade para satisfazer a procura de fornecimentos militares para a Rússia e até mobilizando residentes e fábricas civis para fabricar caixas de munições para exportação”, declarou Yoo a jornalistas, citando o relatório do NIS.

    As duas tentativas da Coreia do Norte de lançar o seu primeiro satélite de reconhecimento este ano fracassaram, uma vez que as fases dos propulsores apresentavam avarias.

    O lançamento faz parte do esforço do líder norte-coreano Kim Jong-un para reforçar as suas capacidades militares, que também incluem mísseis balísticos de longo alcance, submarinos de mísseis balísticos e mísseis hipersônicos.

    A Coreia do Norte parece ter recebido assistência técnica da Rússia e provavelmente está verificando o motor e o mecanismo de lançamento do veículo lançador, disse Yoo, citando o NIS, mas acrescentou que não forneceu mais detalhes por razões de segurança.

    O regime norte-coreano já havia prometido fazer uma terceira tentativa em outubro, mas até o momento não deu nenhuma indicação de que estava prestes a prosseguir com o lançamento.

    Kim encontrou-se com o presidente russo, Vladimir Putin, em setembro, no Extremo Oriente russo, onde visitou a moderna estação de lançamento espacial da Rússia, alimentando especulações de que Moscou ajudaria com o seu programa espacial em troca do fornecimento de armas convencionais.

    Ao receber Kim, Putin disse que a Rússia ajudaria a Coreia do Norte a construir satélites, sem fornecer detalhes.

    Blinken deve visitar Coreia do Sul

    A Coreia do Norte continua precisando de recursos financeiros e conhecimentos técnicos no seu programa de satélites e parece ainda não ter dominado a tecnologia de reentrada na atmosfera de ogivas de mísseis balísticos intercontinentais (ICBM, na sigla em inglês), apontou Yoo.

    A Coreia do Sul, o Japão e os Estados Unidos condenaram o fornecimento de armas e equipamento militar pela Coreia do Norte à Rússia, apresentando o que consideraram ser provas que confirmavam as entregas de tais carregamentos.

    O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, visitará a Coreia do Sul nos dias 8 e 9 de novembro e se reunirá com o ministro das Relações Exteriores, Park Jin, para discutir questões norte-coreanas, disse a Coreia do Sul nesta quarta.

    Em troca de apoio armamentista a Moscou, a Coreia do Norte está tentando trazer caças e outras aeronaves russas, comunicou Yoo, citando o NIS.

    A Coreia do Norte negou estar fornecendo armas à Rússia e também rejeitou relatos de alguns especialistas militares de que as suas armas estavam sendo usadas por militantes do Hamas na luta contra Israel.

    A agência de inteligência também salientou que a Coreia do Norte enviou uma delegação composta principalmente por especialistas em artilharia para a Rússia em meados de outubro, disse Yoo.

    “Também parece que a Coreia do Norte está tentando usar a guerra entre Israel e Hamas de uma forma multifacetada”, reiterou Yoo.

    “Foram obtidas indicações da ordem de Kim Jong-un para procurar formas de apoiar de forma abrangente os palestinos.”

    A Coreia do Norte e a China estão por trás de mais de 80% dos ataques cibernéticos contra a Coreia do Sul, informou também a agência. O NIS e o FBI congelaram bens equivalentes a US$ 3,45 milhões (cerca de R$ 17 milhões) roubados pela Coreia do Norte através de pirataria informática, afirmou.

    Veja também – Lista de autoridades a deixar Gaza não tem brasileiros