Rússia diz que última ajuda dos EUA à Ucrânia mostra desejo de Biden pela guerra
Governo americano declarou nova ajuda à Kiev com um pacote de armas no valor de US$ 725 milhões
O governo russo declarou nesta terça-feira (3) que a decisão dos EUA de enviar outro pacote de armas para Kiev, no valor de US$ 725 milhões, mostrou que a administração de Biden estava determinada a incentivar a guerra na Ucrânia para garantir que o conflito continuasse.
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, informou em uma declaração na segunda-feira (2) que a nova ajuda incluiria mísseis Stinger, munição para High Mobility Artillery Rocket Systems (HIMARS), drones e minas terrestres.
Questionado sobre o pacote de ajuda, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, expressou: “O governo atual está buscando os próprios objetivos, a linha deles é impedir que essa guerra desacelere”.
Segundo Peskov, a administração dos EUA (Biden) “está fazendo tudo o que pode para colocar mais lenha na fogueira. Ao mesmo tempo, este e outros pacotes de ajuda não podem mudar o curso dos eventos, não podem afetar a dinâmica nas linhas de frente”.
O anúncio dos Estados Unidos marca um aumento acentuado de tamanho em relação ao uso recente do chamado Presidential Drawdown Authority (PDA) pelo presidente Joe Biden, que permite que os EUA retirem dos estoques atuais armas para ajudar aliados em uma emergência.
Os comunicados recentes de PDA variam geralmente de US$ 125 a US$ 250 milhões.
Biden tem uma estimativa de US$ 4 bilhões a US$ 5 bilhões em PDA, já autorizados pelo Congresso, que deve ser direcionado para a Ucrânia antes que o presidente eleito, o republicano Donald Trump, tome posse em 20 de janeiro.
Entenda a Guerra entre Rússia e Ucrânia
A Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022 e entrou no território por três frentes: pela fronteira russa, pela Crimeia e por Belarus, país forte aliado do Kremlin. Forças leais ao presidente Vladimir Putin conseguiram avanços significativos nos primeiros dias, mas os ucranianos conseguiram manter o controle de Kiev, ainda que a cidade também tenha sido atacada.
A invasão foi criticada internacionalmente e o Kremlin foi alvo de sanções econômicas do Ocidente.
Em outubro de 2024, após milhares de mortos, a guerra na Ucrânia entrou no que analistas descrevem como o momento mais perigoso até agora.
As tensões se elevaram quando o presidente russo, Vladimir Putin, ordenou o uso de um míssil hipersônico de alcance intermediário durante um ataque em solo ucraniano. O projétil carregou ogivas convencionais, mas é capaz de levar material nuclear.
O lançamento aconteceu após a Ucrânia fazer uma ofensiva dentro do território russo usando armamentos fabricados por potências ocidentais, como os Estados Unidos, o Reino Unido e a França.
A inteligência ocidental denuncia que a Rússia está usando tropas da Coreia do Norte no conflito na Ucrânia. Moscou e Pyongyang não negam, nem confirmam o relato.
O presidente Vladimir Putin, que substituiu seu ministro da Defesa em maio, disse que as forças russas estão avançando muito mais efetivamente – e que a Rússia alcançará todos os seus objetivos na Ucrânia, embora ele não tenha dado detalhes.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse acreditar que os principais objetivos de Putin são ocupar toda a região de Donbass, abrangendo as regiões de Donetsk e Luhansk, e expulsar as tropas ucranianas da região de Kursk, na Rússia, das quais controlam partes desde agosto.