Rússia corta nesta terça fornecimento de gás à GasTerra, da Holanda
Ministro da Energia da Holanda disse no Twitter que "esta decisão não terá consequências para a entrega física de gás às residências holandesas"
A GasTerra não receberá mais gás da companhia russa Gazprom a partir desta terça-feira (31) depois de se recusar a aceitar as exigências de Moscou de pagamento em rublos, disseram as duas empresas nesta segunda-feira (30).
A GasTerra, que compra e comercializa gás em nome do governo holandês, disse que contratou em outro lugar os 2 bilhões de metros cúbicos (bcm) de gás que esperava receber da Gazprom até outubro.
A empresa é 50% detida por entidades governamentais holandesas e 25% cada uma pela Shell RDSa.L e Exxon XOM.N.
“Entendemos a decisão da GasTerra de não concordar com as condições de pagamento impostas unilateralmente pela Gazprom”, escreveu no Twitter o ministro da Energia da Holanda, Rob Jetten. “Esta decisão não terá consequências para a entrega física de gás às residências holandesas”.
Um comunicado da GasTerra disse que a empresa holandesa decidiu não adotar o sistema exigido pela Rússia, que envolvia a abertura de contas que seriam pagas em euros e depois trocadas por rublos.
A empresa disse que tais medidas podem violar as sanções da União Europeia e também disse que a rota de pagamento apresenta muitos riscos financeiros e operacionais.
Um comunicado da Gazprom disse que a suspensão do fornecimento de gás à GasTerra continuará até que os pagamentos sejam liquidados de acordo com o esquema proposto pela Rússia.
A GasTerra disse que pediu repetidamente à Gazprom que cumprisse seus métodos de pagamento contratuais e obrigações de entrega.
“Não é possível dizer de antemão que impacto a queda de 2 bcm de gás russo terá na situação de oferta e demanda no mercado europeu”, acrescentou a empresa holandesa.
O porta-voz do Ministério de Assuntos da Economia, Pieter ten Bruggencate, disse que a Holanda não iniciará seu plano de emergência de gás para pedir aos usuários industriais que reduzam o consumo.
“Isso ainda não é visto como uma ameaça aos suprimentos”, disse ele.
Um porta-voz da operadora de rede nacional do país, Gasunie, disse que não espera interrupções na rede como resultado da interrupção das entregas da Gazprom à GasTerra.