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    Rússia condena especialista em armas hipersônicas a 14 anos de prisão por traição

    Anatoly Maslov foi acusado de divulgar segredos de Estado

    Anatoly Maslov em audiência em São Petersburgo
    Anatoly Maslov em audiência em São Petersburgo 21/5/2024 REUTERS/Anton Vaganov

    Mark Trevelyanda Reuters

    em Londres

    O físico russo Anatoly Maslov foi condenado por traição e sentenciado a 14 anos em uma colônia penal nesta terça-feira (21), no mais recente de vários processos contra especialistas trabalhando com a ciência que sustenta o desenvolvimento de mísseis hipersônicos na Rússia.

    Maslov, de 77 anos, ficou em uma caixa de vidro na sala de audiências de São Petersburgo e ouviu atentamente, sem demonstrar emoção, enquanto o juiz lia o veredicto após um julgamento fechado à imprensa. Ele afirmou ser inocente.

    Maslov é um dos três cientistas do mesmo instituto siberiano, todos especialistas em hipersônica, que foram presos desde 2022 sob acusação de traição. Os outros dois, Alexander Shiplyuk e Valery Zvegintsev, estão aguardando julgamento.

    O trio, e vários outros cientistas acusados em casos semelhantes, realizaram trabalhos teóricos em áreas relevantes para o desenvolvimento de mísseis hipersônicos – armas de ponta capazes de transportar cargas úteis a até 10 vezes a velocidade do som para atravessar sistemas de defesa aérea.

    O presidente Vladimir Putin afirmou várias vezes que a Rússia é líder mundial nessas armas, as quais reconheceu ter usado na guerra da Ucrânia.

    O advogado Yevgeny Smirnov, da Pervy Otdel (Primeiro Departamento), uma associação especializada na defesa de pessoas em casos de traição e espionagem, disse que as alegações contra todos os cientistas acusados eram semelhantes – divulgação de informações consideradas segredo de Estado durante a participação em uma conferência ou pesquisa internacional.

    “Qualquer condenação contra Maslov é uma violação grave da lei”, afirmou ele. “Tenho certeza de que Maslov não é culpado dos atos que lhe são imputados e é vítima das políticas das autoridades russas.”