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    Rússia alerta que sanções dos EUA podem “destruir” cooperação espacial

    Diretor da agência espacial russa alerta sobre “risco de queda de estrutura” da Estação Espacial Internacional nos EUA ou na Europa, caso bloqueios sejam impostos

    Kristin Fisherda CNN

    O chefe da agência espacial da Rússia diz que as novas sanções dos Estados Unidos têm o potencial de “destruir a cooperação” na Estação Espacial Internacional. Atualmente, existem quatro astronautas da Nasa, dois cosmonautas russos e um astronauta europeu vivendo e trabalhando a bordo do posto avançado em órbita.

    Depois que o presidente Joe Biden anunciou novas sanções na quinta-feira (24) que “degradarão sua indústria aeroespacial (da Rússia), incluindo seu programa espacial”, o diretor-geral da Roscosmos, Dmitry Rogozin, disse no Twitter que a órbita e a localização da estação no espaço são controladas por motores russos.

    “Se você bloquear a cooperação conosco, quem salvará a Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) de uma órbita descontrolada e uma queda sobre os Estados Unidos ou… sobre a Europa?” disse Rogozin.

    “Há também a possibilidade de uma estrutura de 500 toneladas cair sobre a Índia e a China. Você quer ameaçá-los com tal perspectiva? A ISS não sobrevoa a Rússia, portanto todos os riscos são seus. Você está pronto para eles?”.

    Um porta-voz da Nasa disse à CNN que “continua trabalhando com todos os nossos parceiros internacionais, incluindo a State Space Corporation Roscosmos, para as operações seguras em andamento da Estação Espacial Internacional”.

    “As novas medidas de controle de exportação continuarão a permitir a cooperação espacial civil EUA-Rússia. Nenhuma mudança está planejada para o apoio da agência para operações contínuas em órbita e estações terrestres”, continuou o porta-voz.

    A ISS, que é uma colaboração entre os EUA, Rússia, Japão, Canadá e a Agência Espacial Europeia, é dividida em duas seções – o Segmento Orbital Russo e o Segmento Orbital dos Estados Unidos.

    “O segmento russo não pode funcionar sem a eletricidade do lado americano, e o lado americano não pode funcionar sem os sistemas de propulsão que estão do lado russo”, disse o ex-astronauta da Nasa Garrett Reisman.

    “Então você não pode fazer um divórcio amigável. Você não pode fazer um desacoplamento consciente”.

    A Nasa não respondeu diretamente às observações de Rogozin, mas observa que a agência espacial dos Estados Unidos “continua trabalhando com a Roscosmos e nossos outros parceiros internacionais no Canadá, Europa e Japão para manter operações seguras e contínuas da ISS”.

    Mas o primeiro-ministro britânico Boris Johnson questionou explicitamente o futuro da Estação Espacial Internacional enquanto falava no plenário da Câmara dos Comuns na quinta-feira.

    “Tenho sido amplamente a favor da continuação da colaboração artística e científica”, disse Johnson. “Mas nas circunstâncias atuais, é difícil ver como mesmo isso pode continuar normalmente”.

    Entenda o conflito

    Após meses de escalada militar e intemperança na fronteira com a Ucrânia, a Rússia atacou o país do Leste Europeu. No amanhecer desta quinta-feira (24), as forças russas começaram a bombardear diversas regiões do país – acompanhe a repercussão ao vivo na CNN.

    Horas mais cedo, o presidente russo, Vladimir Putin, autorizou uma “operação militar especial” na região de Donbas (ao Leste da Ucrânia, onde estão as regiões separatistas de Luhansk e Donetsk, as quais ele reconheceu independência).

    O que se viu nas horas a seguir, porém, foi um ataque a quase todo o território ucraniano, com explosões em várias cidades, incluindo a capital Kiev.

    De acordo com autoridades ucranianas, dezenas de mortes foram confirmadas nos exércitos dos dois países.

    Em seu pronunciamento antes do ataque, Putin justificou a ação ao afirmar que a Rússia não poderia “tolerar ameaças da Ucrânia”. Putin recomendou aos soldados ucranianos que “larguem suas armas e voltem para casa”. O líder russo afirmou ainda que não aceitará nenhum tipo de interferência estrangeira.

    Esse ataque ao ex-vizinho soviético ameaça desestabilizar a Europa e envolver os Estados Unidos.

    Sam Fossum da CNN contribuiu com esta reportagem

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