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    Rússia alerta contra possível envio de armas nucleares à Ucrânia: “insanidade”

    New York Times relatou na semana passada que autoridades ocidentais haviam sugerido que o presidente dos Estados Unidos poderia dar armas nucleares à Ucrânia

    Dmitry Antonovda Reuters

    O Ministério das Relações Exteriores da Rússia disse nesta quarta-feira (27) que uma que repercutiu no Ocidente de que os Estados Unidos poderia enviar armas nucleares para a Ucrânia é “loucura” e que evitar tal cenário é uma das razões pelas quais o Exército russo invadiu na Ucrânia.

    O New York Times informou na semana passada que algumas autoridades ocidentais que não quiseram ser identificadas haviam sugerido que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, poderia dar armas nucleares à Ucrânia antes de deixar o cargo.

    Maria Zakharova, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, afirmou que é do interesse de todos os governos responsáveis garantir que esse cenário, que ela chamou de “suicida”, não aconteça.

    “Consideramos isso uma loucura. Trata-se de uma insanidade absoluta que está sendo imposta a uma certa parte do establishment político da Ucrânia pelos ocidentais”, pontuou Zakharova a repórteres quando questionada sobre o assunto.

    Ela acusou a Ucrânia de usar a questão, que ela descreveu como propaganda, para tentar obter mais ajuda do Ocidente.

    As “ações irresponsáveis” da Ucrânia e de seus apoiadores ocidentais poderiam levar o mundo “à beira da catástrofe”, advertiu.

    O Kremlin disse na terça-feira (26) que a discussão no Ocidente sobre armar a Ucrânia com dispositivos nucleares é “absolutamente irresponsável”.

    Além disso, Dmitry Medvedev, autoridade graduada da área de Segurança da Rússia, alertou que Moscou pode considerar tal transferência como equivalente a um ataque à Rússia, fornecendo bases para uma resposta nuclear.

    A Ucrânia herdou armas nucleares da União Soviética após o colapso do país em 1991, mas abriu mão delas em um acordo de 1994, o Memorando de Budapeste, em troca de garantias de segurança da Rússia, dos Estados Unidos e do Reino Unido.

    O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, reclamou várias vezes que a mudança deixou seu país sem segurança, o que é um dos motivos pelos quais ele argumenta que ele deve ser admitido na aliança militar ocidental da Otan, algo a que Moscou se opõe.

    Entenda a guerra entre Rússia e Ucrânia

    A Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022 e entrou no território por três frentes: pela fronteira russa, pela Crimeia e por Belarus, país forte aliado do Kremlin.

    Forças leais ao presidente Vladimir Putin conseguiram avanços significativos nos primeiros dias, mas os ucranianos conseguiram manter o controle de Kiev, ainda que a cidade também tenha sido atacada. A invasão foi criticada internacionalmente e o Kremlin foi alvo de sanções econômicas do Ocidente.

    Em outubro de 2024, após milhares de mortos, a guerra na Ucrânia entrou no que analistas descrevem como o momento mais perigoso até agora.

    As tensões se elevaram quando o presidente russo, Vladimir Putin, ordenou o uso de um míssil hipersônico de alcance intermediário durante um ataque em solo ucraniano. O projétil carregou ogivas convencionais, mas é capaz de levar material nuclear.

    O lançamento aconteceu após a Ucrânia fazer uma ofensiva dentro do território russo usando armamentos fabricados por potências ocidentais, como os Estados Unidos, o Reino Unido e a França.

    A inteligência ocidental denuncia que a Rússia está usando tropas da Coreia do Norte no conflito na Ucrânia. Moscou e Pyongyang não negam, nem confirmam o relato.

    O presidente Vladimir Putin, que substituiu seu ministro da Defesa em maio, disse que as forças russas estão avançando muito mais efetivamente – e que a Rússia alcançará todos os seus objetivos na Ucrânia, embora ele não tenha dado detalhes.

    O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse acreditar que os principais objetivos de Putin são ocupar toda a região de Donbass, abrangendo as regiões de Donetsk e Luhansk, e expulsar as tropas ucranianas da região de Kursk, na Rússia, das quais controlam partes desde agosto.

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