Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Após desaparecimento, advogado encontra russa que protestou na TV em tribunal

    Editora do canal de TV Channel One ficou sem contato com defensor desde seu protesto na segunda-feira

    Paul Murphyda CNN*Richard Greeneda CNN

    O advogado Dmitry Zakhvatov disse em entrevista à CNN que ficou sem notícias sobre a editora de TV russa que ergueu um cartaz antiguerra durante uma transmissão ao vivo na segunda-feira (14),  do principal noticiário da emissora estatal russa, Channel One.

    “Pare a guerra. Não acredite na propaganda que eles contam mentiras aqui”, dizia a placa, concluindo em inglês: “Russos contra a guerra”. Zakhvatov confirmou à CNN que Marina Ovsyannikova é a mulher vista no ar segurando o cartaz e que ela é editora do canal.

    Horas depois de relatar que estava sem contato com a editora, Zakhvatov disse que ela foi encontrada em um tribunal de Moscou. Ele publicou no Telegram uma foto com Ovsynnikova e um de seus advogados, Anton Gashinsky.

    “Vandalismo”

    O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, comentou o caso: “no que diz respeito a essa senhora, isso é vandalismo”, disse a repórteres em uma teleconferência na terça-feira, acrescentando que as autoridades já estão cuidando do caso.

    “O canal e os responsáveis ​​estão lidando com isso”, acrescentou. “Não é uma questão na agenda [do Kremlin].”

    Questionado sobre possíveis acusações criminais contra Ovsyannikova, Peskov se esquivou da pergunta, citando a “responsabilidade” que os canais de TV estatais carregam. “Existem certos departamentos que lidam com isso”, disse. “A transmissão ao vivo de qualquer canal de TV e especialmente daqueles que trabalham lá têm uma responsabilidade especial.”

     

    O Comitê Investigativo – uma das principais agências policiais russas – iniciou uma pré-investigação contra Ovsyannikova sobre “disseminação pública de informações deliberadamente falsas contra o uso das Forças Armadas russas”, informou a agência de notícias estatal russa TASS, citando uma fonte não identificada.

    Protestos

    O governo russo tem reprimido e prendido manifestantes antiguerra em protestos por todo o país. Na segunda-feira, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, agradeceu aos russos “que não têm medo de protestar” mesmo com a repressão das forças policiais.

    A CIA, agência especial dos EUA, estima em mais de 14 mil manifestantes presos na primeira semana de atos contra a guerra. Segundo Bill Burns, diretor da CIA, os EUA vão monitorar a popularidade interna de Putin à medida que a guerra na Ucrânia continuar, mas alertou que o controle de Putin sobre a mídia irá ajudar a evitar alguma agitação popular.

    “Em um ambiente em que a mídia estatal russa domina o que muitas pessoas ouvem sobre o que está acontecendo na Ucrânia, acho que levará tempo para que as pessoas absorvam as consequências das escolhas que Putin fez”, finalizou.

    Preso, o opositor de Putin, Alexei Navalny, tem convocado os russos para um grande ato contra a invasão no próximo domingo (20). “O louco-maníaco do Putin será mais rapidamente detido pelo povo da Rússia agora se eles se opuserem à guerra”, dizia uma mensagem na conta do Instagram de Navalny.

    No início do mês câmara alta do Parlamento russo aprovou um projeto de lei que impõe pena de prisão de até 15 anos para pessoas que divulgarem intencionalmente informações “falsas” sobre as Forças Armadas da Rússia. O argumento do projeto era de que Moscou “está lutando contra o que considera uma guerra de informação com o Ocidente sobre o conflito na Ucrânia”, informou a agência TASS.

    Tópicos