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    Reunião tensa com Trump cita anulação de eleições e termina em confronto nos EUA

    Donald Trump, presidente dos Estados Unidos
    Donald Trump, presidente dos Estados Unidos Foto: REUTERS

    Kevin Liptak e Pamela Brown, da CNN

     

    O presidente Donald Trump convocou uma reunião que se mostrou tensa no Salão Oval na sexta-feira (18). O encontro incluiu a advogada Sidney Powell e seu cliente, o ex-conselheiro de segurança nacional Michael Flynn, de acordo com duas fontes.

    Segundo eles, a sessão que começou como uma reunião improvisada, evoluiu e acabou explodindo em uma competição de gritos em certos pontos, quando alguns dos assessores de Trump criticaram Powell e sugestões estapafúrdias de Flynn sobre a anulação da eleição

    Flynn havia sugerido no início desta semana que Trump poderia invocar a lei marcial como parte de seus esforços para anular a eleição que ele perdeu para o presidente eleito Joe Biden – uma ideia que surgiu novamente durante a reunião no Salão Oval, segundo uma das fontes. Não ficou claro se Trump endossou a ideia, mas outros na sala a repudiaram veementemente.

    A reunião foi revelada pela primeira vez pelo jornal “The New York Times”.

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    Os assessores da Casa Branca que participaram do encontro, incluindo o chefe de gabinete da Casa Branca Mark Meadows e o advogado Pat Cipollone, também resistiram intensamente à sugestão de nomear Powell como advogada especial para investigar as alegações de fraude eleitoral que o próprio governo Trump rejeitou (ou, como parece mais viável, contratá-la no governo para algum tipo de função investigativa). Powell concentrou suas conspirações nas máquinas de votação e sugeriu que um advogado especial inspecionasse as máquinas em busca de falhas.

    Outra ideia que surgiu na reunião foi a de um decreto presidencial que permitiria ao governo acessar as urnas para inspecioná-las.

    Uma pessoa descreveu a reunião como “feia”, já que Powell e Flynn acusaram outros de abandonar o presidente enquanto ele, Trump, trabalhava para anular os resultados da eleição.

    “O clima estava quente. As pessoas brigaram dentro do Salão Oval, foram muito contundentes”, contou uma das fontes.

    Uma das pessoas presentes descreveu um sentimento crescente de preocupação entre os assessores de Trump, mesmo aqueles que resistiram às suas controvérsias anteriores, sobre os próximos passos que ele pode tomar quando seu mandato terminar.

    No sábado (19), pouco depois da reunião, a equipe de campanha de Trump recebeu uma carta da equipe jurídica, instruindo-os a preservar todos os documentos relacionados à empresa Dominion Voting Systems e à advogada Powell em antecipação a potenciais processos que a empresa pode mover contra a advogada pró-Trump.

    O comunicado, visto pela CNN, faz referência a uma carta que a Dominion enviou a Powell nesta semana exigindo que ela retirasse publicamente suas acusações. O documento instrui a equipe de campanha a não alterar, destruir ou descartar registros que possam ser relevantes.

    Uma séria divisão interna se formou dentro da campanha de Trump após a eleição, com tensões em seu ápice entre o conselheiro-geral da campanha, Matt Morgan, que enviou o comunicado no sábado, e o advogado de Trump, Rudy Giuliani. Embora a campanha já tenha se distanciado de Powell, Trump tem instado outras pessoas a lutar como a advogada tem feito, de acordo com várias pessoas familiarizadas com seus comentários. Ele pediu que mais pessoas apresentassem na televisão os argumentos dela, que muitas vezes são infundados e cheios de teorias da conspiração.

    Kaitlan Collins contribuiu para esta reportagem.

    (Texto traduzido, clique aqui para ler o original em inglês).