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    Reunião entre Biden e Xi sobre a relação EUA-China deve ocorrer na próxima semana

    Encontro deve ser um teste para saber se os dois presidentes podem desacelerar uma espiral descendente nas relações entre os dois países em um momento de forte crise global

    Kevin Liptakda CNN

    A tão esperada reunião do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, com o presidente da China, Xi Jinping, está marcada para a próxima quarta-feira (15) na área da Baía de São Francisco, nos EUA, segundo funcionários do alto escalão do governo americano.

    O encontro deve ser um teste para saber se os dois homens podem desacelerar uma espiral descendente nas relações entre os dois países em um momento de forte crise global.

    A conversa não deve produzir uma grande mudança na relação bilateral mais importante do mundo. No entanto, o fato de a reunião estar acontecendo é visto pelos assessores da Casa Branca como um sinal positivo após meses de atrito.

    Autoridades dos EUA disseram que os líderes esperam desenvolver uma “estrutura” para gerir relações competitivas bem-sucedidas entre as duas potências, com o objetivo de esclarecer percepções erradas e evitar surpresas.

    Ainda assim, as autoridades disseram que os assessores de Biden entrariam na reunião com expectativas realistas e não esperavam uma longa lista de resultados posteriores.

    Em meio ao conflito no Oriente Médio e à guerra na Ucrânia, Biden está ansioso por evitar que outra crise mundial exploda sob o seu comando. Restaurar um certo grau de estabilidade na relação entre Washington e Pequim tem estado entre as suas principais prioridades na política externa, mesmo enquanto as tensões globais aumentam.

    A lista de questões que se espera que surjam nas negociações é longa. Inclui o restabelecimento da comunicação militar entre os dois países, um objetivo principal de Biden, que planeja pressionar Xi sobre o assunto. Também estão na mesa os conflitos em Israel e na Ucrânia; áreas de potencial cooperação, como as alterações climáticas e a luta contra o tráfico de narcóticos; desentendimentos profundos sobre questões de direitos humanos e a escalada militar em torno de Taiwan.

    A reunião, que ocorrerá em meio a uma grande encontro de líderes do Pacífico na Califórnia, levou meses para ser preparada e exigiu preparativos intensos de ambos os lados. As autoridades americanas esperavam que a China anunciasse formalmente a participação de Xi na manhã desta sexta-feira (10). As autoridades americanas disseram que as negociações seriam amplas e se estenderiam por várias sessões de trabalho.

    Apesar de uma relação pessoal aparentemente calorosa cultivada durante o seu tempo como vice-presidentes, Biden e Xi viram uma deterioração nas relações EUA-China para o nível mais baixo em décadas.

    Os pontos críticos incluem Taiwan, a ilha autônoma que o Partido Comunista da China reivindica como sua e que prometeu tomar à força, se necessário.

    A relação também foi tensa pelos novos limites impostos por Biden à tecnologia exportada para a China em nome da proteção da segurança nacional dos EUA. E os EUA pressionaram a China para desempenhar um papel mais construtivo tanto no conflito Israel-Hamas como na guerra Rússia-Ucrânia, encorajando o país a intensificar o seu papel na cena mundial.

    “Neste momento, nem os Estados Unidos, nem a China estão vendo a reunião entre o presidente Biden e o presidente Xi com esperança de melhorar ou redefinir significativamente a relação”, disse Bonny Lin, diretora do China Power Project e membro sênior do Centro de Estratégias e Estudos e Internacionais. “Em vez disso, a reunião tratará de gerir e estabilizar a relação bilateral, melhorar a comunicação e reduzir mal-entendidos antes que ocorram.”

    A reunião de quarta-feira será apenas a segunda vez que Biden e Xi se encontrarão pessoalmente nos últimos três anos. A última vez que se encontraram foi há um ano, à margem do G20 em Bali. Essa reunião pretendia estabelecer uma base para a relação num contexto de crescente tensão econômica e militar.

    Ao sair do evento, os dois lados pareciam estar no bom caminho para estabelecer conversas mais regulares. Mas meses depois, um impasse sobre um suposto balão espião chinês frustrou as esperanças de normalização dos laços.

    Após uma visita a Taiwan no verão passado da então presidente da Câmara dos EUA, Nancy Pelosi, Pequim cortou abruptamente a comunicação com os militares dos EUA, causando preocupação entre as autoridades americanas.

    As tentativas de restaurar os canais militares foram interrompidas, apesar de um fluxo constante de funcionários do governo Biden ter visitado Pequim, incluindo o secretário de Estado Antony Blinken, a secretária do Tesouro, Janet Yellen, e a secretária do Comércio, Gina Raimondo.

    Mas surgiram sinais de melhoria nas últimas semanas e as autoridades americanas estão esperançosas de que o encontro levará à reabertura da comunicação militar.

    No mês passado, o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, visitou Washington e se reuniu com o conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Jake Sullivan, o secretário de Estado, Antony Blinken, e o presidente Biden, na Casa Branca.

    Antes da reunião da próxima semana, a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, convidou o vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng, conhecido como o “czar econômico” do país, para uma reunião de dois dias que começa na quinta-feira.

    Esta semana, um alto funcionário chinês disse que Pequim está pronta para melhorar os laços com Washington. As recentes reuniões de alto nível enviaram “sinais positivos e aumentaram as expectativas da comunidade internacional sobre a melhoria das relações China-EUA”, disse o vice-presidente Han Zheng durante um fórum da Bloomberg em Singapura.

    “Estamos prontos para fortalecer a comunicação e o diálogo com os Estados Unidos em todos os níveis, promover a cooperação mutuamente benéfica, gerir adequadamente as diferenças e enfrentar conjuntamente os desafios globais”, disse Han.

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