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    Retrospectiva: 2020 não foi só tragédia – relembre as boas notícias do ano

    Histórias positivas marcaram o ano, algumas delas, inclusive, tiveram relação com a Covid-19

    2020 não foi só tragédia – relembre as boas notícias do ano
    2020 não foi só tragédia – relembre as boas notícias do ano Foto: CNN (14.dez.2020)

    Júlia Arbex, colaboração para a CNN, em São Paulo

    O ano está acabando, e chega a ser impossível relembrar o que vivemos sem pensar na pandemia do novo coronavírus e nas consequências que vieram junto dela — como o distanciamento físico daqueles que amamos.

    Ainda assim, histórias positivas marcaram 2020. Algumas delas, inclusive, tiveram relação com a Covid-19 e nos enchem de amor, esperança e coragem, além de terem mudado vidas, viralizado nas redes sociais e confirmado que este ano não foi só tragédia.

    História de amor

    Médicos Sem Fronteiras divulgou imagem de aliança de imigrantes argelinos
    Médicos Sem Fronteiras divulgou imagem de aliança de imigrantes argelinos encontrada em mochila no barco à deriva no mar
    Foto: Médicos Sem Fronteiras Itália/ Reprodução

    Em busca de uma vida que lhe desse mais oportunidades, o casal argelino Ahmed e Doudou, de 25 e 20 anos, tentou atravessar o Mediterrâneo em um barco rumo à Líbia. Acontece que a travessia é conhecida por ser perigosa e ter tirado a vida de milhares de pessoas. 

    E não foi diferente com os argelinos. O barco em que os dois estavam naufragou, e cinco pessoas, dentre as 20 que estavam a bordo, morreram. Por sorte, Ahmed e Doudou foram resgatados com vida por pescadores após ficarem dois dias em alto mar. 

    Semanas depois do naufrágio, foi encontrada uma mochila vermelha dentro de um barco que estava à deriva no Mediterrâneo. Na mala, além de roupas e sapatos, tinham também duas alianças com os nomes Ahmed e Doudou gravados

    Após ser localizado, Ahmed contou que os anéis estavam na mochila porque o casal esperava consertá-los quando chegassem na Europa. 

    ‘Deise do Tombo’

    Após conhecer a vizinha, Deise decidiu aproveitar sua fama e ajudá-la
    Após conhecer a vizinha, Deise decidiu aproveitar sua fama e ajudá-la
    Foto: Deise Gouveia/Acervo Pessoal

    A universitária Deise Gouveia, de 21 anos, mais conhecida como “Deise do Tombo”, viralizou nas redes sociais ao ser flagrada cambaleando com um copo de cerveja na mão e levando um tombo, que a fez rolar e cair dentro da casa da vizinha Paula.

    Depois de “invadir” a casa, Deise, que não conhecia Paula, foi até ela para pedir desculpas. Foi aí, então, que a estudante descobriu que a vizinha faz tratamento de câncer e passa por desafios financeiros. 

    Moradora do Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, a jovem aproveitou a repercussão do tombo e usou a fama para o bem: arrecadou R$ 132.193,85, que será doado para a vizinha. Além do dinheiro, Deise do Tombo também disponibilizou o próprio endereço para pessoas que queiram doar alimentos, frutas, legumes ou fraldas tamanho M. 

    “Quero agradecer a todos de coração. Foi muito importante. É um sonho que ela está realizando… Comprar a casinha dela e a gente vai conseguir”, disse Deise em publicações no Instagram. 

    A tão esperada vacina

    Margaret Keenan, primeira pessoa no mundo a receber a vacina da Pfizer
    Margaret Keenan, primeira pessoa no mundo a receber a vacina da Pfizer contra a Covid-19 fora dos testes clínicos
    Foto: Divulgação – 08.dez.2020 / Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido via Twitter

    No início de dezembro, mais precisamente no dia 8, a britânica Margaret Keenan, de 90 anos, foi a primeira pessoa do mundo a ser imunizada contra o novo coronavírus com a vacina da Pfizer-BioNTech testada e aprovada. 

    O acontecimento foi histórico porque o Reino Unido passou a ser o primeiro país do Ocidente a dar início à imunização contra a Covid-19 em toda a população.  

    ‘Me sinto livre’

    Um estudo brasileiro realizado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) conseguiu eliminar de um paciente o vírus HIV, com o qual convivia há sete anos. “Eu me sinto livre”, contou o homem, que preferiu não se identificar, à CNN.

    O estudo, iniciado em 2013, foi feito com pessoas que estavam com o vírus indetectável — que têm a carga viral baixa e não transmitem a doença. Até hoje, apenas dois casos de cura da Aids foram reconhecidos pela comunidade científica: ambos foram submetidos a um transplante de medula óssea, que por uma mutação rara, ficaram livres do vírus HIV.

    Devido à pandemia de Covid-19, a pesquisa está paralisada. A próxima fase deve contar com 60 pessoas e vai incluir mulheres como voluntárias.

    Centenário

    O veterano da Segunda Guerra Tom Moore
    O veterano da Segunda Guerra Tom Moore (30.abr.2020)
    Foto: Emma Sohl/Divulgação/Reuters

    O veterano britânico da Segunda Guerra Mundial Tom Moore não só completou 100 anos este ano, como também conseguiu fazer com que as pessoas doassem 30 milhões de libras — o equivalente a R$ 206 milhões — de fundos para instituições que ajudam equipes na linha de frente a combater a crise de saúde pública desencadeada pela Covid-19. 

    Como ele fez isso? Completando 100 voltas em seu jardim apoiado em um andador. Inicialmente, o objetivo de Moore era arrecadar mil libras — cerca de R$ 6.867. 

    Além de ter conquistado muito mais do que pretendia, ele ainda bateu o recorde do Guinness pelo maior valor arrecadado por um indivíduo durante uma caminhada.

    Força e superação

    Angelina Friedman
    Angelina Friedman foi eleita a rainha do baile da casa de repouso
    Foto: North Westchester Nursing Home

    Ela é uma força da natureza: sobreviveu à gripe espanhola de 1918, superou um câncer, uma hemorragia interna e uma sepse ao longo da vida, e, em 2020, aos 102 anos, curou-se do novo coronavírus não só uma, mas duas vezes.

    Até hoje, Angelina Friedman é pura alegria. Para comemorar, por exemplo, o seu 101º aniversário, ela deu uma grande festa, e, no ano passado, foi coroada Rainha do Baile na casa de repouso.

    ‘Eu não vendo balas’

    Cassiano de Souza Santos, de 27 anos, chamou atenção de moradores vendendo balas
    Cassiano de Souza Santos, de 27 anos, chamou atenção de moradores vendendo balas em semáforo, no Rio
    Foto: Divulgação / Douth Paiva

    Cassiano de Souza Santos, de 27 anos, chama a atenção de seus clientes porque vende balas com mensagens alegres e positivas para adoçar o dia das pessoas. O projeto “Eu não vendo balas” o ajudou a aumentar as vendas e a conquistar uma bolsa integral na faculdade de administração da Unisuam, em Bonsucesso, no Rio de Janeiro.

    Há três anos, o jovem largou o emprego e passou vender doces na Rua Mariz e Barros, no bairro da Tijuca. Durante a pandemia de Covid-19, ele conheceu Luíza de Mendonça, que se identificou com a sua trajetória, uma vez que ela também saiu de um emprego formal para abrir sua própria agência. O encontro deu início à parceria entre os dois. Luíza passou a orientar Cassiano sobre o que ele poderia fazer diferente e a dupla desenvolveu um uniforme para que ele pudesse vender os doces e entrou nas redes sociais, que hoje é gerenciada por ela.

    Serenata na Itália

    Italiano de 81 anos faz serenata para esposa internada
    Italiano de 81 anos faz serenata para esposa internada
    Foto: Reprodução/CNN (11.nov.2020)

    Um italiano de 81 anos fez uma serenata para a esposa que estava internada. Apesar de não ter sido diagnosticada com Covid-19, devido às restrições impostas pela doença, ele não podia visitá-la. 

    Mas como para tudo se dá um jeito, o idoso tocou acordeão em frente ao hospital, de onde ela assistiu a apresentação da janela do segundo andar. Quem passava pelo local no momento parava para aplaudir a cena.

    O vídeo viralizou nas redes sociais e emocionou pessoas de todos os cantos do mundo. 

    Nunca é tarde para se formar

    Pat e Melody
    Foto: Acervo Pessoal

    Em 20 de novembro deste ano, Pat Ormond, de 74 anos, se formou em antropologia 42 anos depois de fazer a primeira aula na faculdade, em 1978. No mesmo dia, a neta Melody Ormond, de 22 anos, recebeu o diploma de bacharel em psicologia, também na Universidade do Tennessee em Chattanooga (UTC).

    Pat cursou o primeiro semestre de antropologia na Kennesaw State University, em Atlanta, mas teve que se mudar para Chattanooga, no Tennessee. Por décadas, além de cuidar dos filhos, incluindo o pai de Melody, ela trabalhou como contadora. Mas a família nunca parou de incentivá-la a voltar para a faculdade e terminar o curso.

    E não é que ela concordou com a ideia quando a neta começou estudar na UTC? “Juntas, elas personificam a determinação, o compromisso e o amor pelo aprendizado ao longo da vida, o que incentivamos em todos os formandos da UTC”, disse Steven R. Angle, chanceler da UTC, à CNN.

    Agora, Pat pretende estudar História. Já a neta quer fazer mestrado em psicologia clínica, mas não tem pressa. Afinal, a avó a ensinou que ela ainda tem muito tempo.

    Aniversário de 104 anos

    Major Wooten
    Veterano da 2ª Guerra, major Wooten recebeu alta e vai continuar recuperação da Covid-19 em casa
    Foto: Arquivo pessoal/Facebook

    O norte-americano Major Wooten, veterano da 2ª Guerra Mundial, foi infectado pelo novo coronavírus, ficou internado por uma semana, e, felizmente, conseguiu comemorar o seu aniversário de 104 anos em casa

    Wooten deixou o hospital de maneira emocionante. Profissionais de saúde seguravam balões e, cantando, parabenizavam o “querido Pop Pop”, apelido carinhoso dado pela família ao idoso. Redes de televisão e jornais locais também o homenagearam. 

    Chance de vida em Marte

    Marte
    O planeta Marte
    Foto: Divulgação/NASA

    Cientistas italianos encontraram evidências sobre a existência de um lago e pequenas “lagoas” salgadas em Marte, o que aumenta a chance de existir vida no Planeta Vermelho. O estudo foi publicado na revista Nature Astronomy.

    Retratadas como “piscinas de água irregular ou áreas úmidas de menor extensão”, as lagoas têm tamanhos diferentes e estão separadas do lago principal por faixas de terra seca. A descoberta é considerada significativa, pois ajuda a entender sobre o clima e composição química de Marte.

    Cowgirl negra

    Caitlin Gooch criou o SUAR com o objetivo incentivar a leitura
    Caitlin Gooch criou o SUAR com o objetivo de melhorar as taxas de alfabetização da região onde morava
    Foto: Brandi Alexis Photography

    Inconformada com as taxas extremamente baixas de alfabetização no estado da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, Caitlin Gooch, de 28 anos, fundou a organização sem fins lucrativos Saddle Up And Read (SUAR, na sigla em inglês; na tradução livre, “Sele o Cavalo e Leia”), na cidade de Wendell. Ela literalmente monta a sela em um dos cavalos de sua família e visita escolas primárias, bibliotecas e grupos de jovens para incentivá-los a ler, além de organizar campanhas de livros e competições de leitura nas escolas.

    Segundo informações de uma investigação da CNN de 2014, alguns atletas universitários nos programas de basquete e futebol da Universidade da Carolina do Norte têm o mesmo nível de leitura que alunos da quinta série, e alguns deles não conseguiam ler nada.

    O projeto cresceu tanto que Gooch não só incentiva as crianças a ler mais, como mostra também que cavaleiros podem ser negros.

    Seleções feminina e masculina

    CBF FUTEBOL FEMININO SELEÇÃO
    Duda Luizelli, Rogério Caboclo e Aline Pellegrino, durante apresentação das dirigentes na CBF
    Foto: Lucas Figueiredo/CBF/Divulgação

    No início de setembro, a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) anunciou que mulheres e homens vão receber as mesmas cotas de diárias e premiações enquanto fizerem parte da seleção brasileira. A partir de então, foi deixado para trás o capítulo da história em que havia diferença de gênero em relação à remuneração entre homens e mulheres. 

    No mesmo dia do anúncio, Aline Pellegrino foi apresentada como coordenadora de competições femininas e Duda Luizelli como coordenadora da seleção brasileira feminina, fazendo com que a CBF tivesse uma coordenação totalmente composta por mulheres para a área pela primeira vez, já que a seleção adulta também é comandada por uma mulher, a sueca Pia Sundhage.

    O Lago dos Cisnes

    Marta González: a ex-bailarina com Alzheimer que relembrou a coreografia "O Lago
    Marta González: a ex-bailarina com Alzheimer que relembrou a coreografia “O Lago dos Cisne”
    Foto: Reprodução / CNN

    Um vídeo que circulou nas redes sociais mostrava a ex-bailarina Marta González, que sofria de Alzheimer, dançando ao som de “O Lago dos Cisnes”, do compositor russo Tchaikovsky.

    Graças à música, ela conseguiu relembrar os movimentos que fazia ao coreografar o espetáculo na década de 1960 no Balé de Nova York, nos Estados Unidos. Ela faleceu em 2019 e o registro foi conhecido pelo público este ano.

    Generosidade

    Michael Esmond lê cartão que será entregue às famílias que tiveram contas pagas
    Michael Esmond lê cartão que será entregue às famílias que tiveram as contas pagas por ele
    Foto: Reprodução / CNN

    Por conta dos problemas financeiros causados pela pandemia do novo coronavírus e pelo furacão Sally, que atingiu a Flórida, nos Estados Unidos, Michael Esmond, proprietário de uma empresa, pagou as contas de serviços públicos de 114 famílias que corriam risco de sofrer cortes no fornecimento.

    Mas a generosidade do norte-americano não é de hoje. No ano passado, ele quitou as dívidas de 36 famílias da comunidade onde vive.

    “Este ano, para mim, provavelmente é ainda mais significativo do que o ano passado, com a pandemia e todas as pessoas desempregadas que tiveram que ficar em casa”, contou Esmond à CNN. “O furacão Sally nos atingiu muito e feriu diversas pessoas. Ainda temos muitos telhados azuis aqui, onde elas estão cobertas somente por lonas.”

    Reencontros

    A pandemia do novo coronavírus mudou a rotina de todos nós e fez com que mantivéssemos distância física de quem mais amamos. Fez até com que casais que vivem lado a lado há anos não pudessem mais ficar perto. Foi o que aconteceu com os idosos Joseph e Eve Loreth.

    Por 200 dias eles só puderam se ver através de uma janela. O reencontro entre os dois foi tão emocionante que o vídeo viralizou nas redes sociais.

    Mulheres aviadoras

    Suzy e Donna Garret
    Suzy e Donna Garret compartilham a paixão pela aviação
    Foto: Reprodução/Facebook

    Donna Garrett e Suzy Garrett comandaram juntas um avião pela primeira vez e se tornaram a primeira equipe de piloto composta por mãe e filha da SkyWest, companhia aérea regional dos Estados Unidos. O voo aconteceu em setembro de 2019, mas as fotos das duas sorrindo na cabine viralizou nas redes sociais este ano. 

    Além da mãe Suzy ser piloto de avião, o pai de Donna tinha a mesma profissão. Inspirada pela paixão que seus pais tinham por explorar o mundo, Donna acabou seguindo os passos da família e fez carreira como aviadora.

    Tanto a mãe quanto a filha veem a representação como um marco importante para encorajar mais mulheres para se tornarem pilotos.

    Gorjeta de R$ 16 mil

    Gorjeta EUA
    Foto: Reprodução/ Arquivo pessoal

    Devido à pandemia de Covid-19, um restaurante da cidade de Cleveland, nos Estados Unidos, deciciu fechar o local por um período. À CNN, Brendon Ring, dono do estabelecimento, disse que antes de encerrar as atividades do estabelecimento, um cliente, que costumava frequentar o local, pagou a conta com um cheque que incluía uma gorjeta de US$ 3.000 —o equivalente a cerca de R$ 16 mil.

    Segundo o proprietário do local, o cliente, que pediu anonimato, entregou o cheque a ele e pediu que compartilhasse o valor com os garçons. “Ele disse: ‘boa sorte para vocês, e nos veremos vocês quando reabrirem'”, contou.

    Trabalho e dedicação

    Lucio Chiquito, de 104 anos, busca obter doutorado em meio à pandemia
    Lucio Chiquito, de 104 anos, busca obter doutorado em meio à pandemia de Covid-19
    Foto: Reprodução / CNN

    Em meio à pandemia de Covid-19, o engenheiro colombiano Lucio Chiquito, de 104 anos, encontrou a resposta para um problema que investigava há mais de 30 anos. O que ele fez com isso? Enviou a tese de doutorado à Universidade de Manchester, no Reino Unido, e espera que um júri avalie o trabalho para poder se graduar. 

    Chiquito dedicou anos de sua vida para buscar uma metodologia que dê a resposta exata de qual é o caudal —volume total de água que passa em um determinado ponto durante um certo período de tempo — máximo de um rio.

    Segundo ele, conquistar o doutorado seria um reconhecimento por todo o esforço, trabalho e dedicação incansável a serviço dos demais.