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    Repórter da CNN mostra refugiados deixando Kiev rumo a Varsóvia em trens lotados

    Cerca de 100 mil ucranianos já entraram na Polônia, e mais de 30 mil pessoas cruzam a fronteira entre os países por dia

    Artur Nicocelida CNN , São Paulo

    Com a guerra da Rússia contra a Ucrânia, a população ucraniana busca oportunidades de sair do país e encontrar refúgios ao redor, e Varsóvia é um dos principais destinos. Cerca de 100 mil ucranianos já entraram na Polônia, e mais de 30 mil pessoas cruzam a fronteira entre os países por dia.

    O jornalista da CNN Mathias Brotero acompanhou como é feita a viagem de refugiados deixando Kiev para Varsóvia.

    De trem, o transporte durou mais de 22 horas, com um início tenso, já que as luzes são apagadas para que não chamem a atenção da Rússia e virem possíveis alvos.

    Ao chegar no país, os refugiados recebem doações, como alimentos e fraudas. Voluntários doam água, comida e roupas. Eles também recebem um passaporte carimbado, autorizando a entrada em Varsóvia.

    “Faço um apelo para que todos os países ajudem a Ucrânia”, diz uma entrevistada ao repórter. Já outra afirma que gostaria de um dia poder voltar ao país.

    O governo polonês disponibilizou alguns lugares para que os refugiados fiquem. Ao todo, segundo uma publicação da Organização das Nações Unidas (ONU) no Twitter, os números de refugiados na Ucrânia é de 368 mil “e continua a aumentar”.

     

    Vale destacar que a Lei Marcial ucraniana diz que homens de 18 a 60 anos devem ficar no país devido à situação de guerra.

    Trem

    Brotero, falou no sábado (26) sobre o processo de sair da Ucrânia em meio à guerra com a Rússia. “Os horários dos trens estavam mudando muito. Nós chegamos à estação e o trem já estava muito cheio de pessoas, e ainda demorou mais ou menos duas horas pra gente sair, porque os policiais estavam conferindo os documentos dos homens dos trens, não dos estrangeiros, mas dos ucranianos, para ter certeza que não teria nenhum ucraniano que pudesse estar no fronte de batalha”.

    Segundo ele, “antes do trem sair, estava muito cheio, os corredores lotados. Eu e alguns outros jornalistas ficamos no corredor, não tivemos cabine, foram 24 horas de trem até Varsóvia, na Polônia, e antes mesmo de sair as crianças estavam chorando, era uma situação muito tensa, e assim que saiu uma moça ucraniana falou pra gente parar de ficar no celular porque as luzes poderiam chamar a atenção [dos russos]”.

    “A chegada à Polônia foi bem interessante, porque assim que parou o trem todo mundo teve que sair somente com documentos, e de maneira geral essa abordagem nunca é muito informal, mas quando descemos tinha muita sacola com alimento, fralda, água, foi bem emocionante”, diz.

    Entenda o conflito

    Após meses de escalada militar e intemperança na fronteira com a Ucrânia, a Rússia atacou o país do Leste Europeu. No amanhecer de quinta-feira (24), as forças russas começaram a bombardear diversas regiões do país.

    Horas mais cedo, o presidente russo, Vladimir Putin, autorizou uma “operação militar especial” na região de Donbas (ao Leste da Ucrânia, onde estão as regiões separatistas de Luhansk e Donetsk, as quais ele reconheceu independência).

    O que se viu nas horas a seguir, porém, foi um ataque a quase todo o território ucraniano, com explosões em várias cidades, incluindo a capital Kiev.

    Pelo menos 64 civis foram mortos desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, informou a ONU neste domingo (27).

    O Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários da agência relatou “pelo menos 240 vítimas civis, incluindo pelo menos 64 pessoas mortas” nos combates que eclodiram desde que Moscou lançou o ataque contra a Ucrânia.

    Esse ataque ao ex-vizinho soviético ameaça desestabilizar a Europa e envolver os Estados Unidos. A Rússia vem reforçando seu controle militar em torno da Ucrânia desde o ano passado, acumulando dezenas de milhares de tropas, equipamentos e artilharia nas portas do país.

    Nas últimas semanas, os esforços diplomáticos para acalmar as tensões não tiveram êxito.

    *Com informações de João Pedro Malar, da CNN

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