Renan Calheiros critica a visita de Pompeo a refugiados venezuelanos em Roraima
Rodrigo Maia e ex-ministro das Relações Exteriores Aloysio Nunes também foram contrários à ida do secretário de Estado americano. Itamaraty rebateu críticas


A visita de Mike Pompeo, secretário de Estado dos Estados Unidos, e de Ernesto Araújo, ministro das Relações Exteriores, a refugiados venezuelanos em Roraima continua rendendo críticas durante o sábado (19). A mais recente é do senador Renan Calheiros que usou as redes sociais para expressar seu descontentamento.
“A interferência dos EUA no Brasil ultrapassou todos os limites. A presença de Mike Pompeo afrontando a Venezuela em território nacional é inconstitucional. Nosso país não pode virar um pária internacional pelo servilismo a nações externas.”
Mais cedo, o ex-ministro das Relações Exteriores Aloysio Nunes subiu o tom no Twitter. O ex-senador defendeu que a política externa do Brasil deve ser pautada pelo interesse nacional.
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“É o caso de perguntarmos o que nos acrescenta a montagem de um palanque eleitoral para um discurso provocativo de interesse exclusivo de Donald Trump”, escreveu.
Nunes argumentou que o país deve cultivar relações positivas com parceiros, baseado na reciprocidade com os EUA, “o que é muito diferente de vassalagem a um presidente-candidato”. O tucano revelou ainda que, quando o vice-presidente americano, Mike Pompeo, quis ir a Roraima para visitar refugiados venezuelanos, enquanto ainda estava à frente do Itamaraty, ele não permitiu.
“Ofereci como alternativa a visita a instituições filantrópicas de acolhida em Manaus”, relatou.
A crítica do ex-chanceler acontece um dia depois de o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, também reagir negativamente à visita de Pompeo. Para Maia, a viagem “não condiz com a boa prática diplomática internacional e afronta as tradições de autonomia e altivez de nossas políticas”.
Neste sábado, o Itamaraty reagiu às críticas de Maia. Para o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, quem se preocupa com a parceria do governo brasileiro com a Casa Branca nessa questão é “quem teme a democracia”.
Na avaliação de Araújo o povo brasileiro “tem apego profundo pela democracia e o regime do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, trabalha permanentemente para solapar a democracia em toda a América do Sul”.
*Com Agência Estado