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    Relembre alguns dos principais conflitos armados entre países dos últimos anos

    Tanto a Rússia quanto os Estados Unidos estiveram envolvidos em confrontos com outras nações neste século

    Forças especiais talibãs nas ruas de Cabul após a evacuação completa dos EUA do Afeganistão
    Forças especiais talibãs nas ruas de Cabul após a evacuação completa dos EUA do Afeganistão AP Photo/Khwaja Tawfiq Sediqi

    Tiago Tortellada CNN*

    A guerra na Ucrânia, que completará um mês nesta semana, é considerada por alguns especialistas e autoridades como a maior crise de segurança na Europa desde a Guerra Fria.

    Após a invasão russa, em 24 de fevereiro, milhões de pessoas deixaram o território ucraniano, em uma das maiores crises de deslocamento forçado do mundo, causando também milhares de mortes entre civis e militares.

    Este, porém, é apenas um dos conflitos armados entre países do século 21. A seguir, a CNN lista algumas das principais invasões e guerras entre nações nos últimos anos.

    Afeganistão

    Um dos conflitos mais marcantes deste século é a invasão dos Estados Unidos no Afeganistão, uma guerra que durou 20 anos.

    Após os acontecimentos de 11 de setembro, nos quais a Al-Qaeda, grupo terrorista do Oriente Médio, sequestrou aviões e os jogou contra o Pentágono e as Torres Gêmeas – matando milhares de pessoas – o então presidente americano, George W. Bush, autorizou o bombardeamento de alvos do grupo armado e do Talibã em 7 de outubro de 2001.

    Em 26 de outubro daquele ano, houve a primeira ação registrada em território afegão por tropas americanas, em um complexo que teria sido utilizado pelo líder do Talibã, Mullah Mohammed Omar.

    O ataque contra os Estados Unidos foi considerado também uma agressão à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Assim, diversos outros países, como Reino Unido, Turquia, Canadá, Alemanha, Itália e França também enviaram soldados para o Afeganistão.

    Em 7 de dezembro de 2001, a última cidade controlada pelo Talibã caiu para as forças da oposição.

    Durante o governo Obama e a década de 2010, a guerra continuou, com bombardeios e conflitos em terra entre tropas americanas e de grupos terroristas como o Talibã.

    Em fevereiro de 2020, os Estados Unidos e o Talibã assinaram um acordo com a perspectiva de uma retirada completa de tropas americanas do território afegão. O prazo-final para isso acordado pela administração de Donald Trump, presidente americano à época, era 1° de maio de 2021.

    Joe Biden, que iniciou seu mandato como presidente dos EUA em 30 de janeiro de 2021, estendeu a evacuação para até 31 de agosto daquele ano.

    Perto do limite para ação dos EUA, o cenário começou a ficar mais tenso. Contrariando as perspectivas do Pentágono, o Talibã reconquistou o controle do país facilmente, faltando apenas a capital, Kabul.

    No dia 26 de agosto, 13 soldados americanos e mais de 160 afegãos foram mortos por um ataque-bomba do Estado Islâmico-K, braço do Estado Islâmico.

    Em 30 de agosto de 2021, o último avião militar dos Estados Unidos deixou o país.

    Agora, o Talibã está sob controle do Afeganistão, assim como há 20 anos, quando a guerra começou. Vídeos que circularam na internet mostram o grupo armado sob controle de equipamento de guerra dos EUA deixado para trás.

    Autoridades estrangeiras mostraram preocupação com o novo governo, dizendo que direitos de mulheres e crianças seriam retirados, algo que o Talibã nega.

    Guerra do Iraque

    Após a invasão do Afeganistão, alguns países foram adicionados a uma lista de nações que constituíam o “eixo do mal”, ou seja, eram uma ameaça aos Estados Unidos. Entre eles, Irã, Iraque e Coreia do Norte.

    Em 16 de setembro de 2002, diante da ameaça de ataques aéreos dos EUA, o Iraque concordou incondicionalmente com o retorno dos inspetores da ONU para a checagem dos armamentos no país.

    Em 19 de março de 2003, porém, George W. Bush, anunciou que forças dos Estados Unidos e uma força de coalizão começaram uma ação militar no território iraquiano – já era dia 20 de março no país do Oriente Médio.

    Saddam Hussein, ditador do Iraque à época, foi capturado em 13 de dezembro daquele ano. Um governo interno tomou posse em junho de 2004.

    Um mês depois, em julho de 2004, Hussein foi a julgamento pela primeira vez. Ele foi acusado de vários crimes, como a invasão do Kuwait.

    Em novembro de 2006, Hussein foi declarado culpado e condenado à morte pelo assassinato de 148 iraquianos em 1982. Um mês depois, em 30 de dezembro de 2006, ele foi enforcado.

    A retirada das tropas dos Estados Unidos do país começou apenas em 2009, sendo completada em 15 de dezembro de 2011.

    Invasão da Geórgia em 2008

    O conflito entre Geórgia e Rússia aconteceu na Ossétia do Sul e Abkhazia, duas “províncias separatistas”, em agosto de 2008. Elas são oficialmente parte da Geórgia, mas têm governos separados não reconhecidos pela maioria dos países.

    Ambos os territórios são apoiadas pela Rússia.

    Durante o conflito de cinco dias, 170 militares, 14 policiais e 228 civis da Geórgia foram mortos e 1.747 feridos. Sessenta e sete militares russos foram mortos e 283 ficaram feridos, e 365 militares e civis da Ossétia do Sul (combinados) foram mortos, de acordo com um relatório oficial da União Europeia sobre o conflito.

    Segundo conflito da Chechênia

    Em 1999, o então presidente da Rússia, Boris Yeltsin, ordenou uma operação contra-terrorista na Chechênia, uma República no sudoeste da Rússia, na região das montanhas do Cáucaso.

    A ação aconteceu após “rebeldes islâmicos” invadirem a República russa do Daguestão.

    A Rússia declarou o fim de sua operação antiterrorista de 10 anos na Chechênia em abril de 2009, com o movimento rebelde amplamente reprimido.

    Segundo a Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), desde 1994, 700 pessoas foram mortas por minas terrestres deixadas pelo conflito entre os dois países.

    Primeira invasão russa contra a Ucrânia: a anexação da Crimeia

    O conflito entre os dois países remonta a União Soviética – a Ucrânia era uma antiga república da URSS. Milhares de ucranianos se consideram russos e querem a independência em relação ao país, sendo este um dos motivos para a atual guerra na Ucrânia.

    Em fevereiro de 2014, Andrii Parubii, chefe ucraniano de segurança e defesa nacional, disse que as forças militares e policiais do país impediram as forças militares russas de tomar dois aeroportos na Crimeia.

    Em março daquele ano, a Câmara Alta do Parlamento russo votou por enviar tropas para a Crimeia no mesmo dia em que o líder pró-russo Sergey Aksyonov pediu ajuda a Putin para manter a paz.

    Soldados russos patrulham a área ao redor da unidade militar ucraniana em Perevalnoye, fora de Simferopol, na Crimeia, em 20 de março de 2014 / Filippo Monteforte/AFP/Getty Images

    Dias depois, o Parlamento da Crimeia votou para realizar um referendo sobre deixar a Ucrânia e se tornar parte da Rússia, que teve aprovação de 96,7% da população.

    Após Putin assinar o decreto reconhecendo a anexação da região, a ONU, em sessão da Assembleia-Geral, decidiu que o referendo não era válido.

    O cessar-fogo aconteceu ao final daquele ano, mas conflitos na área têm emergido frequentemente.

    Nagorno-Karabakh

    O local é uma região montanhosa dentro do território do Azerbaijão e reconhecido pelas leis internacionais como parte do país. Mas os armênios étnicos, que constituem a maioria da população de Nagorno-Karabakh (estimada em 150 mil habitantes), rejeitam o domínio azeri.

    Eles administram os próprios assuntos com o apoio da Armênia, desde que as tropas do Azerbaijão foram expulsas do território em uma guerra na década de 1990. Ambos os lados assinaram um acordo de cessar-fogo em 1994. Contudo, ao menos 200 pessoas foram mortas em uma violenta explosão em 2016.

    Localização de Nagorno-Karabakh
    Localização de Nagorno-Karabakh / Foto: Domínio público

    A região de Nagorno-Karabakh depende quase que totalmente dos recursos enviados pela Armênia e doações da diáspora armênia em todo o mundo.

    Em 2020, os dois países voltaram a se enfrentar, deixando mais de 300 mortos. Na época, o presidente do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), Peter Maurer, disse que os combates eram tão intensos que até mesmo os funcionários que trabalham perto da linha de contato tiveram que se abrigar com frequência.

    *com informações da CNN Internacional