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    Relatório do Unicef mostra impacto na qualidade de vida para crianças discriminadas

    Estudo da UNICEF revela maior obesidade entre negros e indígenas, e menor acesso à educação para grupos étnicos desfavorecidos

    Beatriz CarneiroCarol Raciunasda CNN* , Em São Paulo

    O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) publicou nesta sexta-feira (18) um relatório mostrando o impacto da discriminação contra crianças e adolescentes. A pesquisa foi feita em 22 países e teve como recorte o preconceito contra grupos étnicos, linguísticos e religiosos.

    Entre setembro e outubro, mais de 407 mil jovens participaram da Pesquisa U-Report Unicef sobre discriminação, que buscou entender como os jovens estão vivenciando e combatendo o problema. Nesse levantamento, 44% dos entrevistados afirmaram que sentiram que o preconceito impactou suas vidas de maneira significante.

    O estudo mostra, por exemplo, que estudantes de grupos favorecidos e com idade entre 7 e 14 anos têm o dobro de chance de ter habilidades básicas de leituras em comparação com grupos mais desfavorecidos.

    Como exemplo da diferença entre classes étnicas, o relatório mostra que 27% dos alunos Fullah – grupo que inclui a África Ocidental, Central e o Norte da África sudanesa -, com este recorte de idade, têm habilidades básicas de leitura. Entre os estudantes do grupo Koranko, também da África Ocidental, o índice fica em 6%.

    Com isso, o estudo aponta a importância de promover medidas para a diminuição da desigualdade de acesso à educação como um fator essencial dos direitos humanos e desenvolvimento de crianças e adolescentes. No Brasil, as cotas universitárias são aplicadas desde 2004, e uma lei foi aprovada em 2012 para estabelecer como quantidade mínima a reserva de 50% das vagas para cotistas em universidades federais.

    O relatório mostra também o impacto na saúde. Um estudo realizado em 64 países concluiu que, em mais da metade das nações, grupos étnicos minoritários enfrentaram menores taxas de imunização contra doenças.

    Obesidade Infantil

    Olhando para os Estados Unidos, a obesidade infantil tem atingido 19,7% das crianças e adolescentes de 2 a 19 anos, número que corresponde a cerca de 14,7 milhões de pessoas. Ainda assim, ela é mais prevalente entre os indígenas americanos e/ou nativos do Alasca (31,2%), negros não hispânicos (20,8%), e crianças hispânicas (22%) em comparação com os brancos (15,9%).

    Povos Indígenas

    Com o foco nos povos indígenas, o estudo mostra também que mesmo em países ricos essa parcela da população vive em condições ruins, com problemas de habitação, acesso à água tratada e atendimento à saúde.

    *Sob supervisão de Gabriela Ghiraldelli