Relação com os EUA está no “ponto mais baixo” após incidente com drone sobre o Mar Negro, diz Kremlin
O incidente marca a primeira vez que aeronaves militares russas e americanas entraram em contato físico direto desde que a Rússia lançou sua invasão à Ucrânia há pouco mais de um ano
As relações entre a Rússia e os EUA estão em seu “ponto mais baixo” e em um “estado deplorável”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, a jornalistas nesta quarta-feira (15), depois que os militares dos EUA disseram que um caça russo forçou um drone da Força Aérea dos EUA a cair no Mar Negro.
De acordo com Peskov, o presidente russo, Vladimir Putin, foi informado sobre o incidente, mas não houve contato no mais alto nível entre Moscou e Washington.
Peskov acrescentou que “a Rússia não recusou o diálogo construtivo e não o está recusando agora”.
Ele apontou para uma declaração do Ministério da Defesa da Rússia publicada na terça-feira, alegando que não houve contato físico entre as aeronaves.
“Sugiro que você se concentre na declaração do Ministério da Defesa, que afirma claramente que nenhuma arma foi usada e não houve contato físico”, disse Peskov.
O drone realizava operações de rotina no espaço aéreo internacional na terça-feira (13), quando foi “interceptado e atingido por uma aeronave russa, resultando em um acidente e na perda total do MQ-9”, disse o general da Força Aérea James B. Hecker, comandante das Forças Aéreas dos EUA na Europa e na África em um comunicado.
O embaixador russo nos EUA disse que a Rússia não quer “confronto” com os EUA, mas “a nosso ver, aeronaves americanas não devem estar perto da fronteira russa”.
O incidente marca a primeira vez que aeronaves militares russas e americanas entraram em contato físico direto desde que a Rússia lançou sua invasão à Ucrânia há pouco mais de um ano e provavelmente aumentará as tensões entre as duas nações, com os EUA chamando as ações da Rússia de “imprudentes, ambientalmente insalubre e pouco profissional.”
(Oren Liebermann, Jennifer Hansler, Haley Britzky e Natasha Bertrand, da CNN, contribuíram com reportagens)