Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Regras de sucessão mudaram em favor da igualdade de gênero no reinado de Elizabeth

    Ato de 2013 definiu que o primogênito deve ter preferência em relação aos demais herdeiros do trono independentemente de gênero

    Danilo Moliternoda CNN

    em São Paulo

    As regras de sucessão ao trono no Reino Unido foram estabelecidas no início dos anos 1700 e permaneceram inalteradas durante séculos. No reinado de Elizabeth II, que morreu nesta quinta-feira (8) aos 96 anos, as diretrizes sofreram modificações pela primeira vez para igualar a possibilidade de homens e mulheres assumirem a coroa.

    Em 2013, quando David Cameron era o primeiro-ministro britânico, o Ato de Sucessão à Coroa foi aprovado no parlamento. A norma substituiu a Lei de Instauração, de 1701. Com isso, a primogenitura de preferência masculina foi substituída pela primogenitura absoluta.

    A lei do século XVIII estabelecia que os homens tinham preferência sobre as mulheres na linha de sucessão. A primogênita de um monarca, por exemplo, não poderia herdar a coroa se tivesse um irmão mais novo do sexo masculino.

    A nova regra definiu que o primogênito deve ter preferência em relação aos demais herdeiros do trono, independentemente do gênero. A medida passou a valer em 26 de março de 2015.

    Outra mudança significativa foi a permissão para que os herdeiros do trono se casassem com católicos romanos.

    Na sucessão de Elizabeth II, Charles III, por ser o primogênito, assumiria o reinado sob qualquer uma das regras.

    A velha regra e a nova regra de sucessão

    Quando a Inglaterra ainda construía seu regime de governo, no final dos anos 1600, os líderes da nação passaram a estudar um código de sucessão ao poder. Em 1701, foi criada a “Lei de Instauração”.

    Na época, a legislação instituiu que quando o rei Guilherme III morresse o título de monarca ficaria para a “rainha Ana” e “herdeiros de seu corpo”. A legislação do país, com o passar dos anos, implementaram a preferência aos filhos do sexo masculino.

    Além disso, com a Igreja Anglicana bem estabelecida na nação, a lei removeu os católicos romanos da linha de sucessão ao trono, proibindo que estes indivíduos se casassem com herdeiros da coroa.

    O acordo sobre o Ato de Sucessão foi anunciado ainda em 2011, por David Cameron, durante a cúpula bianual da Comunidade Britânica em Perth, na Austrália.

    “Acabaremos com a regra de primogenitura masculina para que no futuro, a ordem de sucessão seja determinada simplesmente pela ordem de nascimento. Em outras palavras, se o duque e a duquesa de Cambridge estivessem esperando uma menina, essa menina seria nossa rainha um dia”, anunciou.

    As regras para casamentos e religião

    Com o ato de 2013, o casamento com católicos romanos deixou de desqualificar o indivíduo de assumir a Coroa.

    No entanto, a determinação da Lei de Instauração que exige que o monarca seja protestante permanece inalterada, visto que o dono da coroa britânica é também soberano da Igreja inglesa.

    Durante a gestão Cameron foi também revogado o Ato de Matrimônios Reais, de 1772. Com isso, somente os seis primeiros indivíduos na linha de sucessão ao trono necessitam da aprovação real para se casarem.

    FOTOS — Quem é Camilla, a rainha consorte do Reino Unido