Referendos falsos na Ucrânia violam direito internacional, diz chefe da Otan
Votação, que se encerra nesta terça, ocorre em quatro regiões – Donetsk, Luhansk, Zaporizhzhia e Kherson – que compõem cerca de 15% do território ucraniano
Os “referendos falsos” na Ucrânia são uma “violação flagrante do direito internacional”, disse o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, nesta terça-feira (27).
“Os falsos referendos realizados pela Rússia não têm legitimidade e são uma violação flagrante do direito internacional. Essas terras são a Ucrânia”, escreveu o chefe da Otan no Twitter.
Stoltenberg disse que tinha acabado de falar com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, com quem ele “deixou claro que os aliados da Otan são inabaláveis em [seu] apoio à soberania da Ucrânia e ao direito de autodefesa”.
Just spoke with President @ZelenskyyUa & made clear that #NATO Allies are unwavering in our support for #Ukraine’s sovereignty & right to self-defence. The sham referenda held by #Russia have no legitimacy & are a blatant violation of international law. These lands are Ukraine.
— Jens Stoltenberg (@jensstoltenberg) September 27, 2022
Adesão
Nesta terça-feira (27), a agência de notícias estatal russa RIA informou que os primeiros resultados parciais da votação de quatro regiões da Ucrânia ocupadas pela Rússia, que começaram na sexta-feira (23), mostraram uma esmagadora maioria de residentes a favor da adesão à Rússia.
De acordo com a RIA, as contagens iniciais mostraram apoio à adesão variando de 96,97% na região de Kherson, com base em 14% dos votos contados, a 98,19% em Zaporizhzhia, com base em 18% da contagem.
No entanto, os referendos são classificados como “uma farsa”, pela capital Kiev e pelo o Ocidente.
A votação ocorreu durante cinco dias em quatro regiões – Donetsk, Luhansk, Zaporizhzhia e Kherson – que compõem cerca de 15% do território ucraniano.
O processo abre caminho para o presidente Vladimir Putin anexar as quatro áreas. Depois disso, ele poderia classificar qualquer tentativa ucraniana de recapturá-las como um ataque à própria Rússia.
Ele disse em 21 de setembro que estava disposto a usar armas nucleares para defender a “integridade territorial” da Rússia.
A Ucrânia tem advertido repetidamente que a anexação russa de territórios adicionais destruiria qualquer chance de negociações de paz.