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    Recuo em Kiev pode ser sinalização para acordo, diz pesquisador da USP

    Em entrevista à CNN, Vicente Ferraro analisou novo momento da guerra na Ucrânia

    Layane SerranoLudmila CandalRenata Souzada CNN , em São Paulo

    Embora os confrontos entre as forças russas e ucranianas continuem, a Rússia tem indicado uma desescalada das tensões nas regiões próximas à capital da Ucrânia. Em entrevista à CNN neste domingo (10), Vicente Ferraro, cientista político e pesquisador da Universidade de São Paulo (USP), afirmou que a reorganização pode indicar um passo em direção a um acordo.

    “O recuo em relação à capital é uma possível sinalização da Rússia em direção a um acordo. A partir do momento em que a capital deixa de ser cercada e atacada com mais ênfase, isso pode indicar uma sinalização de que a Rússia não tem mais a intenção de destituir o governo da Ucrânia”, explicou.

    Até o momento, as diversas reuniões entre as delegações russa e ucraniana não resultaram em nenhum progresso significativo rumo à paz. Ainda assim, o cientista político avalia a importância que teria o estabelecimento de um acordo.

    “A maneira mais eficaz com que essa guerra poderia ter algum avanço seria algum tipo de acordo que envolvesse o Ocidente e a Ucrânia. Algo que atendesse alguma reivindicação russa, como o reconhecimento da neutralidade da Ucrânia, o reconhecimento de que a Ucrânia não vai entrar na Otan.”

    Neste novo momento da guerra, Ferraro analisa que o conflito deve se intensificar na região leste do país, onde ficam as províncias separatistas e pró-Rússia. Ainda hoje, autoridades locais acusaram as forças russas de um ataque em regiões próximas ao leste e sul da Ucrânia, que resultaram na destruição de um aeroporto.

    “O que a gente pode esperar, que há algumas evidências recentes, é de que há uma tentativa de expandir a área de controle dos separatistas. Porque os separatistas não controlam o Donbass inteiro. Há uma parte do Donbass, ou seja, de Donetsk e Luhansk, que ainda é controlada pelo governo da Ucrânia”, afirmou.

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