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    Recuo de tropas russas está cercado de inseguranças e preocupações, diz professora

    Em entrevista à CNN, pesquisadora sênior do Cebri, Fernanda Magnotta, explicou que distensionamento pode ser explicado por ameaça de sanções econômicas e possibilidade de Ucrânia não entrar para a Otan

    Léo LopesLudmila Candalda CNN , em São Paulo

    O Ministério da Defesa da Rússia informou, nesta terça-feira (15), que algumas tropas nos distritos militares da Rússia adjacentes à Ucrânia estão retornando às suas bases.

    Imagens de vídeo publicadas pelo Ministério da Defesa mostraram alguns tanques e outros veículos blindados sendo carregados em vagões ferroviários.

    A notícia fez as ações no mercado recuperarem parte do terreno perdido nos últimos dias.

    Em entrevista à CNN nesta terça-feira (15), a pesquisadora sênior de EUA do think tank Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), Fernanda Magnotta, disse que este recuo está “cercado de inseguranças e preocupações”.

    Ela explica que existem duas razões que explicam a diminuição das tensões na região. Primeiramente, as ameaças de sanções econômicas e financeiras contra a Rússia.

    “A Rússia, embora seja uma potência militar e nuclear, tem enfrentado há alguma décadas uma série de fragilidades no campo econômico”, pontuou.

    O segundo e principal motivo levantado pela professora é o posicionamento da Ucrânia em relação à Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), desistindo de integrar a aliança militar.

    Apesar dos ucranianos tentarem negar [que desistiram de ingressar na Otan], na prática é como tudo se encaixasse. Dá a impressão de que, nesse processo de negociação, de fato os ucranianos sinalizaram para esse recuo em algum momento”, declarou Magnotta.

    Ela relembra que a Otan foi criada no contexto do pós-Segunda Guerra com o objetivo de funcionar como “um grande bloco defensivo” – “caso algum dos países fosse atacado, haveria uma resposta coletiva”.

    “A aliança se expandiu desde a Guerra Fria e incluiu países do Leste Europeu, tentando de certa forma fagocitar as ex-repúblicas soviéticas. Isso incomoda muito os russos porque é como se o tempo todo a fronteira ocidental se aproximasse”, disse.

    “A Otan alega que a aliança é um pacto de defesa coletiva e, portanto, não tem caráter ofensivo e não teriam a intenção de invadir ninguém. Mas os russos se sentem incomodados na medida que, nas fronteiras bem próximas estariam armas, mísseis e equipamentos de defesa como um todo”, completou.

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