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    Questionado sobre uso de forças russas, Putin diz que “cumprirá obrigações se necessário”

    Congresso da Rússia aprovou uso de tropas no exterior

    Tiago Tortellada CNN

    O presidente da Rússia, Vladimir Putin, voltou a falar sobre a crise na Ucrânia. Em coletiva de imprensa nesta terça-feira (22), Putin afirmou que os acordos de Minsk não existem mais e que vão fornecer às regiões separatistas “ajuda apropriada”, inclusive com assistência militar, se necessário.

    Quando perguntado sobre o uso de tropas em Donbas (região no Leste da Ucrânia onde estão os separatistas pró-Rússia), Putin afirmou que pretendem “cumprir com nossos compromissos e obrigações”. Ainda assim, o presidente disse que as forças não devem ir imediatamente para o local e que uma ação pode “depender da situação”.

    Junto a isso, a Câmara Alta do Parlamento russo autorizou o uso de forças armadas russas no exterior, um pedido que o próprio presidente havia feito mais cedo.

    Durante a coletiva, Putin desencorajou a Ucrânia a se juntar à Otan e, mais uma vez, acusou o país do Leste Europeu de planejar adquirir armas nucleares, o que classificou como uma ameaça. Ele, então, disse que deve haver uma desmilitarização da Ucrânia.

    Quanto aos acordos de paz de Minsk, o presidente disse que eles foram “mortos” pelas autoridades ucranianas e que não há “nada para cumprir”.


    Isso acontece um dia após o reconhecimento da independência de duas regiões separatistas da Ucrânia, as autoproclamadas Repúblicas de Donetsk e Luhansk (veja o mapa abaixo). Mais tarde no mesmo dia, Putin disse que seriam enviadas tropas para as regiões.

    Na coletiva desta terça, o presidente russo afirmou que foram reconhecidas as “áreas expandidas” das regiões separatistas.

    Entenda o conflito

    Após meses de escalada militar e intemperança na fronteira com a Ucrânia, a Rússia está aumentando a pressão sobre seu ex-vizinho soviético, ameaçando desestabilizar a Europa e envolver os Estados Unidos.

    A Rússia vem reforçando seu controle militar em torno da Ucrânia desde o ano passado, acumulando dezenas de milhares de tropas, equipamentos e artilharia nas portas do país. A mobilização provocou alertas de oficiais de inteligência dos EUA de que uma invasão russa pode ser iminente.

    Nas últimas semanas, os esforços diplomáticos para acalmar as tensões não chegaram a uma conclusão. Foi reconhecida pelo presidente russo Vladimir Putin, na segunda-feira (21), a independência de Donetsk e Luhansk, duas áreas separatistas ucranianas.

    Mapa da Ucrânia
    Mapa da Ucrânia com destaque para as regiões de Donetsk e Luhansk / Foto: Reprodução/CNN Brasil

    A escalada no conflito de anos entre a Rússia e a Ucrânia desencadeou a maior crise de segurança no continente desde a Guerra Fria, levantando o espectro de um confronto perigoso entre as potências ocidentais e Moscou.

    (Com informações de Sarah Marsh e Madeline Chambers, da Reuters, e de Eliza Mackintosh, da CNN)

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