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    Quem é Horacio Rodríguez Larreta, prefeito de Buenos Aires e candidato à Presidência da Argentina

    Político, que está à frente da capital desde 2015, disputa a candidatura pela coalizão de direita "Juntos por el Cambio" com a ex-ministra de Segurança Patrícia Bullrich

    Joaquin Doriada CNN

    Horacio Rodríguez Larreta cumpre seu segundo mandato como prefeito de Buenos Aires e tenta sua candidatura à Presidência da Argentina pela coalizão de direita “Juntos por el Cambio” (Juntos Pela Mudança em português). Ele disputa a vaga com a ex-ministra de Segurança Patrícia Bullrich.

    Alguns destacam sua moderação e outros o criticam por ser “muito voltado para o diálogo”. Muito se sabe sobre a carreira política de Larreta, mas há outros elementos que compõem a figura do candidato.

    Desde seu início como estudante aplicado em Harvard até suas aspirações presidenciais na Argentina: quem é Horacio Rodríguez Larreta?

    Uma vida na política

    A carreira de Larreta é quase inseparável da administração pública argentina.

    Nascido em Buenos Aires em 29 de outubro de 1965, desde muito jovem esteve próximo da atividade partidária. Completou seus primeiros estudos na Escuela Argentina Modelo e formou-se em Economia pela Universidade de Buenos Aires (UBA). Além disso, especializou-se com MBA pela Universidade de Harvard.

    Sua carreira começou no governo de Carlos Menem, ocupando cargos na Subsecretaria de Investimentos do Ministério da Economia em 1993, e na direção-geral da Administração Nacional de Seguridade Social (Anses) em 1995.

    Em 1999, foi nomeado controlador do Instituto Nacional de Serviços Sociais para Aposentados e Pensionistas, mais conhecido como Pami, o que deu origem a um dos principais pontos que seus adversários políticos o questionam e que tem o levado a confrontos públicos.

    Em 29 de outubro de 2000, o Dr. René Favaloro, criador da cirurgia de revascularização do miocárdio, cometeu suicídio em meio a uma situação financeira angustiante para sua fundação médica. Segundo o próprio Favaloro, o Pami tinha uma dívida significativa com eles. Isso levou políticos contrários ao então controlador da organização a fazerem ligações entre a gestão de Larreta e o fatídico incidente.

    “Essa associação é uma canalha e foi inventada pelo kirchnerismo vários anos depois de eu ter saído do Pami. Favaloro é um herói. Há limites, não se pode fazer nada na política”, respondeu às acusações do presidente Alberto Fernández sobre o assunto.

    Além disso, seus passos mais conhecidos na política foram dados junto com Mauricio Macri – ex-presidente da Argentina. Ambos fundaram o partido Commitment to Change em 2003, que passou a se chamar Proposta Republicana (PRO) em 2005, e foi chefe do Gabinete de Ministros durante suas duas gestões na cidade de Buenos Aires, sucedendo-o como chefe de governo em 2015.

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    Durante a pandemia de 2020 manteve uma boa relacionamento com o governo nacional e com o governo de Buenos Aires, ambos peronistas, o que lhe rendeu duras críticas do seu partido, que o acusaram de ser muito “dialogueiro”.

    No entanto, desde que o presidente Fernández tirou da cidade os fundos federais de coparticipação, um sistema de distribuição de arrecadação de impostos, Larreta teve vários confrontos diretos com o partido governista e elevou seu tom crítico ao governo nacional, rompendo com a moderação que ele sempre procurou cuidar.

    Apesar de sua longa carreira na administração pública, Horacio Rodríguez Larreta tem uma curiosidade: a maior parte de sua renda vem do setor privado.

    O próprio chefe de governo explicou que seu salário como funcionário de Buenos Aires representa uma parte minoritária de seus ganhos, embora em maior parte provenham de uma empresa familiar.

    Família e exposição na mídia

    Sua história familiar acompanha o tom de sua experiência política. Ele manteve um perfil discreto e tentou manter esta parte de sua vida fora dos holofotes.

    Por 20 anos foi casado com Bárbara Diez, uma renomada organizadora de eventos. Juntos, eles tiveram três filhas, que não gostam muito da exposição que a carreira política do pai traz. Viveram todos juntos até à separação do casal, marcada por duras mensagens de Diez contra o ex-marido, às quais nunca ele nunca comentou.

    Hoje, Larreta mantém um relacionamento com Milagros Maylin, uma ex-funcionária da prefeitura Buenos Aires de 36 anos, com quem aparece cada vez com mais frequência.

    Tendo a mãe como referência, Larreta diz que foi um aluno muito aplicado na juventude, um líder entre seus pares e um “anti-herói” com as mulheres.

    María Cristina Díaz Alberdi dedicou grande parte de sua vida ao setor imobiliário, e tinha um grande interesse pelo mundo teatral, algo que seu filho herdou e que se expandiu em um marcado interesse pela música.

    Ela é responsável pela escolha de cada uma das casas que o chefe do governo morou, incluindo o apartamento que atualmente aluga no bairro de Palermo.

    O pai, o futebol, a política: “O que se herda não se rouba”

    Do pai recebeu mais do que o nome: o interesse pela administração pública e a paixão pelo Racing Club.

    Horacio Rodríguez Larreta (pai) foi presidente da instituição Avellaneda em 1977, o que aproximou muito seu filho do mundo do futebol: passava muito tempo no campo e com os jogadores, e até sonhava em ser jogador de futebol, segundo ao próprio candidato.

    Larreta (pai) também foi líder de uma força política, o Movimento de Integração e Desenvolvimento (MID), que trouxe muitas reuniões partidárias para sua casa. A proximidade com líderes, como o ex-presidente Arturo Frondizi, levou seu filho a se interessar por política desde muito jovem.

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    Um episódio que marcou a infância do pré-candidato à Presidência foi o sequestro de seu pai durante o “Processo de Reorganização Nacional”, nome dado à ditadura militar que governou a Argentina entre 1976 e 1983.

    Larreta tinha 12 anos, quando certa manhã vários homens foram procurar seu pai, a quem ele não veria por mais de uma semana.

    “Lembro que acordei e papai levantou e disse: ‘bom, vou ver quem é’. E ele não voltou. Mais tarde soubemos (…) que desceu para a abrir e literalmente agarraram-o num Falcon verde”, recorda.

    “Lembro-me como se fosse hoje (…) que veio muita gente a casa, que senti que nos deram as condolências. Eu senti como se tivesse perdido meu pai.”

    Algum tempo depois, o desaparecimento do pai passou a ser do conhecimento público por ser dirigente desportivo, o que acabou por levar ao seu aparecimento com vida.

    “Foi uma experiência que me marcou muito. Tivemos sorte que a visibilidade do meu velho por ser presidente no futebol salvou a vida dele”.

    Um “swiftie” nas redes sociais

    Apesar de afirmar não ter muito interesse pelo universo digital, é comum vê-lo participar de desafios virais do TikTok e compartilhar conteúdos que mostram uma faceta que tenta ser mais descontraída.

    Com publicações que pretendem aproximar-se do humor informal das redes sociais, Larreta aposta em vídeos curtos e tendências para se aproximar dos mais novos.

    É comum vê-lo expressar sua admiração por Taylor Swift, chamando-se de “swiftie”. Ele também se declarou fã de outros artistas, bandas como Queen e o histórico grupo de rock argentino Sui Generis. Além disso, costuma aproveitar todas as oportunidades para se mostrar com ícones do mundo da música.

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