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    Quase um quarto da população ucraniana já deixou suas casas

    Desde o início da guerra, mais de 10 milhões de pessoas se deslocaram por causa dos bombardeios; outros 13 milhões de cidadãos podem estar impedidos de sair, diz a ONU

    Anelise Infanteda CNN

    Rio de Janeiro

    As cifras não param de crescer. Em pouco mais de um mês de conflito, mais de 10 milhões de pessoas foram obrigadas a deixar suas casas em busca de segurança. Segundo as estimativas da Organização das Nações Unidas (ONU), o equivalente a um quarto da população da Ucrânia. Ao menos 3,7 milhões de cidadãos já acharam refúgio em outros países.

    A Agência da ONU para os Refugiados, ACNUR, alerta para a vulnerabilidade da maioria dos deslocados. Ao menos 60% deles estão acompanhados por crianças.

    As gestantes, idosos, pessoas com doenças crônicas e dificuldade de locomoção estão em situação de “magnitude do sofrimento humano”; definiu o diretor geral da Organização Internacional para Migrações, o português António Vitorino.

    De acordo com as estimativas da ONU, em torno de 6,5 milhões de homens, mulheres e crianças fizeram migrações internas dentro da Ucrânia e, cerca de 13 milhões de pessoas podem estar presas em áreas afetadas pelos bombardeios ou impedidas de sair pelas destruições de pontes e estradas; ou ainda por medo de não ter onde encontrar alojamentos seguros.

    Uma das principais preocupações dos serviços de emergência das Nações Unidas é a proteção dos postos de ajuda humanitária. A ACNUR denunciou que as instalações sanitárias também estão sendo atacadas pelas bombas, em média, duas vezes por dia.

    A Organização Mundial da Saúde contabilizou 52 ataques em 25 dias contra estes postos que proporcionam ajuda de primeira necessidade. Entre eles medicamentos, atendimento de saúde e recursos financeiros.

    A ACNUR está implantando um programa de assistência financeira multiuso nas províncias de Lviv e Zakharpatia. E outras seis regiões na Ucrânia central e oriental também serão incorporadas ao projeto. O objetivo é suprir as necessidades básicas de, ao menos, 360 mil pessoas.

    Cerca de 186 mil deslocados são de outras nacionalidades, entre elas brasileiros.

    Desde o início de março o Ministério de Relações Exteriores abriu dois postos de atendimento consular para os cidadãos brasileiros que desejem deixar a Ucrânia. Eles foram estabelecidos nas cidades de Lviv, na fronteira com a Polônia, e em Chisinau, capital da Moldávia, para os que buscam saída através da Romênia.

    A ACNUR monitora diariamente o número de deslocamentos. Cerca de 150 trabalhadores e voluntários permanecem nos postos de fronteira, centros de trânsito e de recepção para acolher e orientar os refugiados.

    Os principais destinos para os deslocados tem sido a Polônia, Romênia, Moldávia, Hungria, Rússia e Eslováquia. Só o território polonês registrou a entrada de mais de dois milhões de pessoas até o dia 25 de março.

    Quanto à ajuda interna, o Programa Mundial de Alimentos já ofereceu produtos a mais de 330 mil pessoas desde o começo da guerra. Na capital ucraniana, Kiev, foram entregues 26 toneladas de alimentos emergenciais, e na cidade sitiada de Kharkiv houve a distribuição de outras 78 toneladas.

    Na última semana foram entregues 20 mil kits de emergência para que as pessoas se protejam do frio e da chuva, e possam fazer pequenos reparos em suas casas danificadas.