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    Putin promete punir Ucrânia por ataques durante eleição presidencial da Rússia

    Além de cidades russas, votação também ocorre em territórios ucranianos ocupados ilegalmente durante guerra

    Guy FaulconbridgeAndrew Osbornda Reuters , Moscou

    Vladimir Putin acusou a Ucrânia nesta sexta-feira (15) de buscar atrapalhar a eleição presidencial da Rússia, bombardeando o território russo e usando 2.500 soldados armados para tentar penetrar nas fronteiras do país, e prometeu punir Kiev por suas ações.

    O primeiro dia da eleição também foi marcado por incidentes, incluindo o derramamento de tinta em urnas, um coquetel molotov jogado em uma seção eleitoral na cidade natal de Putin e relatos de ataques cibernéticos.

    Milhões de russos começaram a votar em todos os 11 fusos horários do país no início da eleição de três dias, que quase certamente dará a Putin mais seis anos no Kremlin.

    A sombra da guerra na Ucrânia se abateu sobre a eleição, com o que Putin disse ser um bombardeio repetido nas regiões ocidentais da Rússia e uma tentativa de agentes ucranianos de cruzar o território russo em duas regiões russas.

    “Esses ataques inimigos não ficarão impunes”, afirmou Putin, visivelmente irritado, em uma reunião do Conselho de Segurança da Rússia, que inclui chefes militares e de espionagem, bem como as mais poderosas autoridades civis do Estado.

    Putin disse que houve quatro ataques à região de Belgorod e um à região de Kursk por agentes armados ucranianos que somavam cerca de 2.500 pessoas. Segundo o presidente russo, eles tinham 35 tanques e 40 veículos blindados e 60% dos soldados foram mortos.

    Autoridades ucranianas disseram mais cedo na sexta-feira que grupos armados russos baseados na Ucrânia que se opõem ao Kremlin realizaram os ataques nas regiões de Belgorod e Kursk.

    Em meio à guerra da Ucrânia, o conflito mais mortal na Europa desde a Segunda Guerra Mundial, Putin, de 71 anos, domina o cenário político da Rússia e nenhum dos outros três candidatos na cédula de votação apresenta qualquer desafio crível.

    Mais de 114 milhões de russos estão aptos a votar, inclusive no que Moscou chama de seus “novos territórios” – quatro regiões da Ucrânia que suas forças controlam apenas parcialmente, mas que foram reivindicadas como parte da Rússia. A Ucrânia afirma que a realização de eleições nesses territórios é ilegal e nula.

    Presidente russo Vladimir Putin em Moscou / 29/2/2024 Sputnik/Gavriil Grigorov/Kremlin via REUTERS

    Tinta e ataques cibernéticos

    De acordo com a mídia russa, foi despejada tinta nas urnas em Moscou, na Crimeia anexada à Rússia e na região de Carachai-Circássia, no Cáucaso, em aparentes protestos anti-Kremlin.

    Imagens de circuito interno de um incidente de derramamento de tinta mostraram uma jovem depositando seu comprovante de votação antes de derramar calmamente um líquido verde na urna. Um policial foi visto detendo-a logo em seguida.

    Um coquetel molotov foi jogado em uma seção eleitoral em São Petersburgo, e uma mulher de 21 anos foi presa, informou o site de notícias Fontanka. Tentativas de incêndio criminoso foram registradas em seções eleitorais em Moscou e na Sibéria.

    A chefe da comissão eleitoral da Rússia, Ella Pamfilova, disse que os autores de tais atos podem pegar até cinco anos de prisão e sugeriu que eles foram pagos por aqueles que estavam tentando atrapalhar a votação.

    “Ouçam todos com atenção”, disse Pamfilova, antes de apresentar o artigo do Código Penal que trata da interrupção do trabalho das comissões eleitorais.

    Às 18h40, horário de Moscou, o comparecimento às urnas em todo o país era alto, em torno de 26,6%. A demanda por votação eletrônica foi tão alta que o sistema ficou sobrecarregado.

    O Kremlin afirma que Putin, no poder como presidente ou primeiro-ministro desde o último dia de 1999, vencerá, pois conta com amplo apoio para resgatar a Rússia do caos pós-soviético e enfrentar o que ele diz ser um Ocidente arrogante e hostil.

    A comissão eleitoral disse que houve mais de 10 mil ataques a sistemas de votação eletrônica, mas que eles resistiram.

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