Putin revela detalhes de reunião com Grupo Wagner e diz que organização “legalmente não existe”
Presidente da Rússia descreveu pela primeira vez o conteúdo discutido durante um evento no Kremlin com a presente de 35 comandantes da organização mercenária
O presidente russo, Vladimir Putin, descreveu na quinta-feira (13), pela primeira vez, o que foi discutido em um evento do Kremlin com a presença de 35 comandantes do Grupo Wagner, incluindo o chefe do grupo, Yevgeny Prigozhin.
A reunião foi realizada em 29 de junho, poucos dias depois que os combatentes de Wagner lançaram um motim de curta duração contra Moscou.
“Por um lado, na reunião, fiz uma avaliação do que eles fizeram no campo de batalha (na Ucrânia) e, por outro lado, do que fizeram durante os eventos de 24 de junho. Em terceiro lugar, mostrei a eles possíveis opções para seu serviço posterior, incluindo o uso de sua experiência de combate. Foi isso”, explicou Putin.
Putin, que estava sendo entrevistado pelo jornal russo Kommersant, foi questionado se o Grupo Wagner seria mantido como uma unidade de combate.
“Bem, Wagner PMC não existe!”, exclamou. “Não temos uma lei para organizações militares privadas! Simplesmente não existe!”, prosseguiu.
“Não existe tal entidade legal”, justificou.
“O grupo existe, mas legalmente não existe!”, repetiu. “Esta é uma questão separada relacionada à legalização real. Mas esta é uma questão que deve ser discutida na Duma do Estado, no governo. Não é uma questão fácil.”
Putin disse que ofereceu aos 35 comandantes do Grupo Wagner várias opções de emprego, incluindo uma sob a liderança de seu comandante direto, que atende pelo indicativo Sedoy [cabelos grisalhos] – um homem sob o qual os combatentes mercenários lutaram nos últimos 16 meses.
“Eles poderiam ter se reunido em um só lugar e continuado a servir”, declarou o presidente russo. “E nada teria mudado para eles. Eles seriam liderados pela mesma pessoa que sempre foi seu verdadeiro comandante.”