Putin deve encerrar agressão para iniciar qualquer negociação, diz Olaf Scholz à CNN
Segundo o chanceler alemão, Ucrânia está pronta para a paz, e cabe ao líder russo tomar medidas para encerrar o conflito
O chanceler alemão Olaf Scholz afirmou em entrevista a Fareed Zakaria, na CNN, que quaisquer negociações sobre o término da guerra na Ucrânia só começarão quando o presidente russo, Vladimir Putin, entender que não vencerá.
“Minha opinião: é necessário que Putin entenda que ele não terá sucesso com essa invasão e sua agressão imperialista. [Entenda] Que ele precisa retirar tropas. Essa é a base para as negociações”, disse Scholz em entrevista que foi aor neste domingo (5).
Ele acrescentou que acredita que a Ucrânia está “pronta para a paz”.
“Se você olhar para a proposta dos ucranianos, é fácil entender que eles estão prontos para a paz. Algo precisa ser feito. Isso deve ser feito por Putin”, disse Scholz.
Questionado por Zakaria sobre a possibilidade de um acordo que termine a guerra, talvez com a Ucrânia admitindo que não retomará a Crimeia ou partes da região oriental de Donbas, Scholz disse que não haverá decisão sem o lado ucraniano.
“Não tomaremos decisões no lugar deles [ucranianos]. Nós os apoiamos”, disse ele.
Zakaria perguntou ao chanceler se ele incentivaria a Ucrânia a considerar esse acordo, no entanto.
“Dissemos à (Ucrânia) que eles podem se associar à União Europeia. Eles estão trabalhando para progredir em todos os critérios fundamentais para isso. Eles sabem que estamos prontos para organizar um caminho de garantias de segurança para o país, em tempos de paz que virão, mas ainda não estamos lá “, disse Scholz.
Scholz nos EUA
O chanceler alemão realizou reuniões com o presidente dos EUA, Joe Biden, em Washington, na sexta-feira (3), depois de 12 meses transformadores que viram a Alemanha sofrer sua mudança mais significativa na política militar e energética em décadas.
A guerra da Rússia na Ucrânia transformou Scholz, que assumiu o cargo dois meses antes da invasão de Moscou, em um líder de crise, supervisionando a maior economia da Europa e a democracia mais poderosa durante a pior violência no continente desde a Segunda Guerra Mundial.
E isso empurrou o chanceler e Biden a um dos relacionamentos mais significativos do mundo, sustentado pela oposição compartilhada à invasão da Rússia, mas tensionou momentos sobre como responder à crise.
“Você se intensificou para fornecer apoio militar crítico. E eu diria que, além do apoio militar, o apoio moral que você deu aos ucranianos tem sido profundo. Profundo ”, disse Biden a seu colega nesta semana no Salão Oval da Casa Branca.
*Colaborou Kevin Liptak, da CNN
