Putin classifica China como aliada e dá apoio em relação a Taiwan
Parceria entre países é vista como uma ameaça e preocupa o governo de Taipei
O presidente russo, Vladimir Putin, descreveu a China na quinta-feira (7) como aliada da Rússia e expressou seu apoio às reivindicações de Pequim sobre Taiwan. Putin ainda afirmou que nenhum país deve temer o fortalecimento da cooperação sino-russa.
Os dois países não declararam uma aliança militar formal, mas Putin e o presidente chinês Xi Jinping assinaram um acordo de parceria “sem limites” em 2022, menos de três semanas antes de Putin enviar suas tropas para a Ucrânia.
Em maio deste ano, eles concordaram em ampliar o que chamaram de “parceria abrangente e cooperação estratégica” para uma nova era.
“Não acreditamos que a China esteja adotando uma política agressiva na região”, disse Putin no clube de discussão Valdai, no resort russo do Mar Negro, em Sochi.
O Kremlin sugeriu que Taiwan estava tentando provocar uma crise parecida com a da Ucrânia na Ásia a fim de atrair apoio externo.
A China considera o local, governado democraticamente, como seu próprio território, apesar das fortes objeções do governo de Taipei, e realiza regularmente jogos de guerra perto da ilha.
“Muita coisa está acontecendo em torno de Taiwan”, disse Putin. “Todos reconhecem formalmente que, sim, Taiwan faz parte da China. Mas na realidade? Na realidade, ela está agindo em uma direção completamente diferente. Provocando a escalada da situação”.
“Nós apoiamos a China, por isso, acreditamos que (a China) está conduzindo uma política completamente razoável. E também porque ela é nossa aliada. Temos um volume de negócios muito grande, cooperamos no setor de segurança.”
O Ministério das Relações Exteriores de Taiwan disse que a China e a Rússia eram o verdadeiro problema.
“O regime de Putin, da Rússia, lançou uma guerra de agressão contra a Ucrânia, levando o povo ucraniano à miséria, além de sanções e condenação da comunidade internacional”, afirmou em um comunicado.
“A China e a Rússia juntas continuam a minar a ordem internacional baseada em regras e se tornaram uma séria ameaça à paz e à estabilidade mundiais.”
Putin comparou os exercícios militares entre russos e a chineses aos que os Estados Unidos realizam com o Japão.
“Esses exercícios não ameaçam ninguém”, declarou o Kremlin. “Eles têm o objetivo de garantir nossa segurança”, concluiu.