Putin agradece a Brasil e China por proposta de paz para guerra na Ucrânia
Presidente da Rússia disse que "todos querem" fim do conflito "o mais rápido possível e, de preferência, por meios pacíficos"
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, agradeceu nesta quinta-feira (24) aos países parceiros, incluindo Brasil e China, por “darem atenção” à guerra na Ucrânia e buscarem caminhos para solucionar o conflito.
“Como se sabe, a China e o Brasil apresentaram a iniciativa [de paz] durante a Assembleia-Geral [da ONU] de Nova York e muitos países participantes dos Brics apoiam essa iniciativa, e nós agradecemos muito nossos parceiros por darem atenção a esse conflito e tentarem buscar caminhos para essa solução”, afirmou.
Putin também disse que “todos querem que esse conflito termine o mais rápido possível e, de preferência, por meios pacíficos”.
No dia 18 de outubro, após pergunta de Daniel Rittner, diretor de Jornalismo da CNN, Putin havia dito que a proposta de Brasil e China é “equilibrada” e que ela mostra independência dos países.
Ele ressaltou na ocasião que a Rússia não foi consultada pelos governos brasileiro e chinês, mesmo que o país seja “próximo” a essas nações.
Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, havia criticado a proposta durante a Assembleia-Geral da ONU, dizendo que ela era “destrutiva” e que servia apenas como declaração política.
Plano de paz Brasil-China
Em maio, Brasil e China apresentaram uma série de medidas com o objetivo de “desescalar o conflito” na Ucrânia.
O texto propõe a negociação direta entre a Ucrânia e a Rússia a partir de três princípios: não expansão do campo de batalha; não escalada dos combates; e a não inflamação da situação.
O Itamaraty e a chancelaria chinesa ainda pedem pelo fim do bombardeamento da infraestrutura civil e determinação de uma zona segura entorno de usinas nucleares nos dois lados da fronteira.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, criticou a proposta de paz durante discurso na Assembleia Geral da ONU, em setembro.
“E quando a dupla chinesa-brasileira tenta crescer um coro de vozes — com alguém na Europa, com alguém na África, dizendo algo alternativo a uma paz plena e justa, surge a pergunta: qual é o verdadeiro interesse?”, indagou Zelensky.
No mesmo dia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) admitiu que o trabalho para um acordo não é fácil, mas destacou que é necessário achar um “denominador comum” entre Rússia e Ucrânia.
“Há uma proposta da China que vem sendo elogiada por algumas pessoas junto com o Brasil e estamos dispostos a saber se os dois países estão interessados em conversar, porque, se os dois não quiserem, não tem conversa”, adicionou.
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