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    Protestos no Irã pela morte de mulher persistem apesar da repressão

    Mahsa Amini, de 22 anos, morreu em 16 de setembro enquanto estava detida pela polícia da moralidade em Teerã por vestir "trajes impróprios"

    John Irishda Reuters

    Confrontos entre manifestantes e forças de segurança persistiram em todo o Irã nesta terça-feira (11), com vídeos de redes sociais mostrando tanques sendo transportados para regiões curdas do país, que têm sido um ponto focal da repressão aos protestos pela morte de Mahsa Amini, que aconteceu enquanto ela estava sob custódia policial.

    Protestos pedindo a queda do establishment clerical varreram o Irã desde que Amini, uma curda iraniana de 22 anos, morreu em 16 de setembro enquanto estava detida pela polícia da moralidade em Teerã por vestir “trajes impróprios”.

    Embora os observadores não acreditem que a agitação, agora em sua quarta semana, esteja perto de derrubar o governo, os protestos marcam um dos desafios mais ousados à República Islâmica desde a revolução de 1979, com relatos de greves se espalhando pelo setor de energia, que é crucial para o país.

    As autoridades estão travando uma repressão mortal. Vídeos nas redes sociais mostraram caminhões transportando tanques verde-escuros para regiões curdas, aumentando a escala da revolta. A Reuters não conseguiu verificar as imagens de vídeo.

    As tensões estão especialmente altas nas regiões curdas, dada a origem étnica de Amini. Grupos de direitos humanos dizem que a minoria curda do Irã, de mais de 10 milhões, é oprimida há muito tempo – uma acusação que a República Islâmica nega.

    O grupo de direitos humanos Hengaw relatou “conflitos intensos” na terça-feira entre manifestantes e forças de segurança em três cidades da província do Curdistão: Sanandaj, Baneh e Saqez, onde Amini foi enterrada no mês passado.

    Manifestantes em Saqez incendiaram uma estátua de membros locais da elite do Corpo da Guarda Revolucionária do Irã, disse o Hengaw.

    Pelo menos 185 pessoas, entre elas 19 menores, foram mortas, centenas ficaram feridas e milhares foram presas pelas forças de segurança, segundo grupos de direitos humanos. O governo diz que mais de 20 membros das forças de segurança foram mortos.

    As autoridades iranianas disseram que vão investigar as mortes de civis.

    Eles atribuíram a violência a uma série de inimigos, incluindo dissidentes curdos iranianos armados, com a Guarda Revolucionária atacando suas bases no vizinho Iraque várias vezes durante os últimos distúrbios.

    O ministro do Interior, Ahmad Vahidi, reiterou as acusações de que grupos dissidentes curdos iranianos estavam apoiando os protestos e disse que as forças de segurança “neutralizariam o esforço antirrevolucionário desesperado”.

    As instalações de energia no sudoeste do Irã foram atingidas por greves pelo segundo dia na terça-feira, com trabalhadores protestando nas refinarias de petróleo de Abadan, Kangan e na usina petroquímica Bushehr, de acordo com a conta do Twitter Tavsir1500.

    Vídeos postados na conta mostraram algumas dezenas de trabalhadores cantando “Morte ao ditador”, referindo-se ao líder supremo aiatolá Ali Khamenei.

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