Professor: “Corina continuará luta para que González volte à Venezuela como presidente”
À CNN, Leonardo Trevisan afirma que oposição venezuelana continuará pressionando por mudanças políticas
Edmundo González, que disputou as eleições presidenciais de julho contra o atual presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, pediu asilo político na Espanha no domingo (8) após ter um mandado de prisão emitido em seu nome.
Em entrevista à CNN Brasil, o professor de Relações Internacionais da ESPM, Leonardo Trevisan ressalta que a oposição não considera o pedido de asilo uma admissão de derrota.
Segundo Trevisan, a líder da oposição na Venezuela, Maria Corina Machado, manterá a luta política para que Edmundo González retorne ao país como presidente empossado.
A oposição diz que o ex-embaixador é o verdadeiro vencedor do pleito e acusa Maduro de fraude.
“Ele [Edmundo] avisou, com todas as palavras, que a luta da oposição política continua”, explicou o professor. “Em outras palavras, Edmundo insiste que a eleição teve um vitorioso, que era ele mesmo, que era o partido de oposição, e que deveria ter ocupado o cargo.”
O papel do Brasil
Quanto ao papel do Brasil no conflito político-eleitoral da Venezuela, Trevisan sugere que o país pode atuar como intermediário para “proteger o que resta da oposição venezuelana”. A diplomacia brasileira já sinalizou que continuará protegendo a embaixada da Argentina na Venezuela, mesmo após a saída do embaixador argentino.
“O Brasil continua protegendo a embaixada da Argentina na Venezuela até que um outro país assuma”, explicou Trevisan. “Nesse processo é possível que o Brasil tenha ainda um papel de ajudar um pouco a oposição venezuelana a não sofrer muita repressão do governo Maduro.”