Procuradoria-geral de NY identifica “declarações enganosas” da Organização Trump
Gabiente de Letitia James exige o testememunho do ex-presidente e de dois de seus filhos, Donald Trump Jr. e Ivanka
A procuradora-geral de Nova York, Letitia James, afirmou que precisa do testemunho do ex-presidente Donald Trump e de dois de seus filhos para determinar seu conhecimento de inúmeras “declarações e omissões enganosas” encontradas em submissões fiscais e demonstrações financeiras utilizadas para obter empréstimos pela Organização Trump.
Em um processo judicial submetido na terça-feira (18), os investigadores afirmaram que a procuradoria “pretende fazer uma determinação final sobre quem é responsável por essas declarações falsas e omissões”.
O gabiente acrescenta que “exige o testemunho e as evidências solicitadas para determinar quais funcionários e afiliados da Trump Organization – e quais outras entidades e indivíduos – podem ter ajudado a Trump Organization e o Sr. Trump a fazer as distorções e omissões em questão”.
“O conhecimento real do Sr. Trump – e a intenção de fazer – as inúmeras declarações falsas e omissões feitas por ele ou em seu nome são componentes essenciais para resolver a investigação de maneira apropriada e justa”, afirma o documento.
“Da mesma forma, Donald Trump Jr. e Ivanka Trump trabalharam como agentes do Sr. Trump, agiram por conta própria e supervisionaram outros em relação às transações em questão aqui; por isso seus testemunhos também são necessários para a resolução apropriada da investigação”, concluiu a procuradoria.
Ivanka Trump era uma ligação importante com o credor Deutsche Bank, enquanto Donald Trump Jr. estava envolvido em várias propriedades, incluindo 40 Wall Street, e certificou a precisão das demonstrações financeiras de 2017 em diante, disse o gabinete da procuradora-geral.
Em longos processos judiciais, os investigadores disseram que cerca de uma dúzia de funcionários atuais e ex-funcionários da Trump Organization testemunharam e que Trump autorizou pessoalmente a produção de suas declarações fiscais.
“À luz da natureza generalizada e repetida das distorções e omissões, parece que as avaliações nas declarações foram geralmente infladas como parte de um padrão para sugerir que o patrimônio líquido de Trump era mais alto do que de outra forma teria aparecido”, disse o comunicado.
Especificamente, o gabinete da procuradora-geral de Nova York disse que está se concentrando em várias distorções específicas, incluindo:
- O tamanho da cobertura da Trump Tower de Trump
- Ativos mal categorizados fora do controle de Trump ou da Trump Organization
- O processo pelo qual Trump ou seus associados chegaram a avaliações, incluindo desvios dos princípios contábeis
- Não uso de técnicas fundamentais de avaliação, como descontar receitas e despesas futuras ao valor presente
- Suposto envolvimento de “profissionais de fora” no alcance das avaliações
Uma alegação do escritório de James é que Trump não cumpriu as intimações para registros. Como exemplo, alegam que, embora Trump não tenha usado e-mail, aprenderam com testemunhas que Trump mantinha cópias impressas de documentos e usava notas adesivas para se comunicar com os funcionários.
“Este arquivo nunca foi pesquisado porque a Trump Organization determinou, de forma improvável, que o Sr. Trump não estava envolvido na preparação de suas próprias demonstrações financeiras”, escreveram.
O gabinete de James disse que as supostas declarações enganosas foram compartilhadas com os credores, e as seguradoras alegaram que “praticamente todos os benefícios das avaliações enganosas foram acumulados por Donald J Trump”.
Os investigadores também disseram ter evidências indicando que Trump pode ter obtido mais de US$ 5 milhões em benefícios fiscais federais de avaliações supostamente enganosas obtidas de benefícios fiscais obtidos no complexo familiar em Nova York, conhecido como Seven Springs, e no Trump National Golf Course em Los Angeles.
A procuradoria-geral do estado está conduzindo uma investigação civil sobre a Trump Organization e a precisão de suas demonstrações financeiras desde 2019, que Trump chamou de caça às bruxas política. O ex-presidente processou James alegando que ela violou seus direitos constitucionais e pediu a um juiz que emitisse uma liminar bloqueando a investigação.
James intimou Trump e seus filhos adultos para testemunhar em dezembro, levando os advogados a se moverem no início deste mês para anular as intimações.