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    Procuradoria da Venezuela acusa ativista de fornecer informações confidenciais a estrangeiros

    Rocío San Miguel está presa desde 8 de fevereiro, sob acusações de traição e conspiração

    Stefano Pozzebonda CNN

    O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, acusou, nesta segunda-feira (19), a ativista Rocío San Miguel de fornecer informações sensíveis a diplomatas de quatro países. Ela está detida desde 8 de fevereiro sob acusações de traição e conspiração.

    Em coletiva de imprensa, Saab disse, sem apresentar provas, que San Miguel manteve reuniões com autoridades europeias para fornecer informações sobre os sistemas de defesa aérea da Venezuela.

    “Por que ela se encontraria com o representante de uma superpotência europeia? Essa informação é confidencial e foi compartilhada com pelo menos uma potência estrangeira. Temos evidências de reuniões semelhantes com pelo menos três outras potências estrangeiras”, pontuou Saab.

    O procurador também afirmou que o comportamento de San Miguel se assemelhava mais ao de um espião do que ao de um defensor dos direitos humanos, a acusando de receber pagamentos em dinheiro de uma empresa petrolífera estrangeira.

    San Miguel negou anteriormente acusações de traição e conspiração. Seu advogado, Joel García, ressaltou à CNN nesta segunda que as novas acusações “fazem parte de todo este andaime de mentiras, de censura, de ataque a uma voz dissidente”.

    “Uma ONG de direitos humanos sempre mantém relações com embaixadas, como todas as ONG”, comentou García, acrescentando: “Se reunir com uma delegação diplomática não significa que você seja um espião, porque as relações diplomáticas são diplomáticas”.

    Nos últimos dias, várias instituições multilaterais e países manifestaram repúdio à prisão de San Miguel, uma proeminente ativista e fundadora da Control Ciudadano, uma ONG com sede em Caracas que investiga as Forças Armadas Venezuelanas.

    Mais cedo nesta segunda-feira, García informou que sua cliente foi detida no Helicoide, sede do serviço de inteligência, que funciona como centro de detenção de políticos presos em Caracas.

    Na semana passada, a Casa Branca disse estar “profundamente preocupada” com a prisão de San Miguel.

    Além disso, a Venezuela expulsou funcionários da missão local do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos depois de a agência ter manifestado preocupação com a detenção da ativista.

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