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    Problemas em usina nuclear da China podem provocar fechamento do local

    Para a coproprietária francesa da fábrica, há 'ameaça radiológica iminente'; decisão por fechamento, no entanto, depende do operador chinês da usina

    Barbara Wojazer, Zachary Cohen, Michael Callahan e Jessie Yeung, CNN

    A companhia de energia francesa que é co-proprietária de uma usina nuclear na China alega que pode fechá-la devido a danos nas barras de combustível, de acordo com um porta-voz da Electricite de France (EDF) – mas a decisão em última instância depende do operador chinês da usina.

    O porta-voz da EDF disse nesta quinta-feira (22) que “não era uma situação de emergência” na Usina Nuclear de Taishan, localizada na província de Guangdong, no sul da China, mas que se tratava de uma “situação grave que está evoluindo”.

    Se o reator fosse na França, a empresa já o teria fechado devido “aos procedimentos e práticas em termos de operação de usinas nucleares na França”, disse o porta-voz.

    O porta-voz da EDF não fez um apelo direto à China para interromper as operações na usina, observando que a decisão cabia a seu sócio chinês e acionista majoritário da usina, o China General Nuclear Power Group (CGN).

    A CNN noticiou pela primeira vez em junho que a empresa francesa Framatome – uma subsidiária da EDF que apóia as operações em Taishan – havia alertado sobre uma “ameaça radiológica iminente” na fábrica, levando o governo dos Estados Unidos a investigar a possibilidade de um vazamento.

    A empresa também acusou a autoridade de segurança chinesa de elevar os limites aceitáveis para detecção de radiação fora da usina para evitar o desligamento, de acordo com uma carta da Framatome ao Departamento de Energia dos Estados Unidos, obtida pela CNN.

    As autoridades chinesas negaram qualquer perigo na usina, dizendo logo após a reportagem exclusiva da CNN que não havia “nenhuma anormalidade no ambiente de radiação” e que a segurança da usina estava “garantida”. As autoridades se recusaram a responder a perguntas sobre o aviso da Framatome às autoridades americanas.

    Em junho, a administração chinesa de segurança nuclear reconheceu um aumento do nível de radioatividade no circuito primário de um dos dois reatores devido a barras de combustível danificadas – mas disse que era “completamente diferente de um acidente de vazamento radiológico” porque as “barreiras físicas são seguras.”

    A China também negou que tenha aumentado os limites acima dos aceitáveis de radiação e disse que os níveis estão “ainda dentro da faixa de operações estáveis permitidas”.

    A agência também disse anteriormente que apenas cinco das mais de 60 mil barras de combustível do reator foram afetadas, acrescentando que não havia risco de “vazamento de radiação para o meio ambiente”.

    Nesta quinta-feira, o porta-voz da EDF reiterou que estava detectando um aumento de gás nobre em um reator e que a empresa havia esclarecido publicamente sua posição ao proprietário e operador da usina chinesa, Taishan Nuclear Power Joint Venture Co., Ltd (TNPJVC).

    A EDF detém uma participação de 30% na TNPJVC – uma joint venture com a estatal China General Nuclear Power Group.

    “Compartilhamos com eles todos os elementos da análise da EDF e todas as razões pelas quais, na França, pararíamos o reator”, disse o porta-voz, “para que eles possam tomar a decisão que será necessária como operadores responsáveis.”

    De acordo com o porta-voz, a EDF teria fechado o reator para “evitar uma maior degradação das barras de combustível, realizar uma investigação e evitar maiores danos à instalação industrial”.

    Mas a decisão final cabe ao TNPJVC, que pretende fazer sua própria análise, disse o porta-voz. A EDF disse que não tinha um prazo para a decisão da operadora. A Framatome se recusou a fornecer comentários adicionais quando questionada sobre a declaração da EDF.

    *Nectar Gan, da CNN, contribuiu com reportagens de Hong Kong.

    (Esse texto é uma tradução. Para ler o original, em inglês, clique aqui)