“Primo de Nasrallah deve assumir comando de Hezbollah”, afirma professor
Hashem Safiedine, responsável pelas finanças do grupo e treinado no Irã, é apontado como provável sucessor após a confirmação da morte do líder do Hezbollah
A morte do líder do Hezbollah, Sayyed Hassan Nasrallah, foi confirmada pelo próprio grupo, marcando um momento crucial para a organização. O professor de Relações Internacionais da Universidade Federal Fluminense (UFF) e pesquisador de Harvard, Vitélio Brustolin, indicou que o provável sucessor já está definido: Hashem Safiedine, primo de Nasrallah. Safiedine, foi treinado no Irã e era responsável pelas finanças do grupo.
Conexões familiares e estratégicas
Safiedine não apenas é primo de Nasrallah, mas também tem laços familiares com o falecido general iraniano Qasem Soleimani, morto em um ataque dos Estados Unidos há cerca de quatro anos. Essa conexão ressalta a estreita relação entre o Hezbollah e o Irã.
O professor Brustolin destacou que o Irã financia diversos grupos na região, incluindo o Hezbollah, Hamas e Jihad Islâmica na Palestina, como parte de sua estratégia de política externa no Oriente Médio. ‘Todos esses grupos são instrumentos da política externa do Irã de fomentar o terrorismo para a destruição do Estado de Israel’, afirmou.
Tensões nucleares e geopolíticas
Além disso, o especialista alertou sobre as ambições nucleares do Irã, citando declarações do secretário de Estado dos Estados Unidos, Anthony Blinken. O professor mencionou que o Irã está prestes a desenvolver sua primeira arma nuclear, o que alteraria significativamente o equilíbrio de poder na região.
Israel, por sua vez, tem expressado forte oposição ao programa nuclear iraniano. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu chegou a declarar na Assembleia Geral da ONU que o Irã não pode chegar a ter armas atômicas, considerando isso uma “ameaça existencial” a Israel.
A situação permanece tensa, com potenciais implicações para toda a dinâmica geopolítica do Oriente Médio. A sucessão no Hezbollah não é apenas uma mudança de liderança, mas um evento que pode influenciar o futuro das relações e conflitos na região.