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    Primeiro submersível tripulado a visitar Titanic já resgatou bomba atômica do fundo do mar

    Veículo conhecido como Alvin realizou mais de 5 mil viagens; pesquisadora que esteve no veículo mais de 50 vezes afirmou que não há semelhanças com o Titan, que implodiu no mês passado  

    Da CNN

    Imagine um submersível que tinha realizado mais de 5 mil viagens a grandes profundidades, tenha sido o primeiro veículo a levar o ser humano aos destroços do Titanic e tenha até resgatado uma ogiva nuclear do fundo do mar. Este é o currículo nada desprezível de Alvin, veículo construído nos anos 1960 e que marcou época.

    Alvin tem sido lembrado por suas incríveis proezas em quase 60 anos de atividades e se diferencia em quase tudo ao Titan, submersível da OceanGate que implodiu no mês passado, matando os seus cinco ocupantes. Robusto, seguro e atendendo a rígidos códigos de segurança, ele realizou missões de grande periculosidade de forma eficaz, mantendo sua tripulação sempre a salvo.

    Projetado com formato esférico (ideal para percorrer grandes profundidades e resistir à violenta pressão) possui sete propulsores reversíveis e dois braços robóticos. Tem capacidade para resistir a viagens de até 4 mil milhas (cerca de 6,5 mil quilômetros), dando aos pesquisadores acesso a 99% do fundo do oceano, de acordo com a Woods Hole Oceanographic Institution, a instalação de pesquisa sem fins lucrativos que opera o submarino.

    Alvin foi projetado em 1964 para receber três pessoas e trata-se de dos mais antigos submersíveis oceânicos. Ele ficou mundialmente famoso quando realizou a primeira viagem tripulada aos destroços do Titanic, em 1986. Na ocasião, o oceanógrafo Robert Ballard liderou uma expedição de pesquisa ao local do naufrágio, a 3.800 metros de profundidade na costa de Newfoundland.

    Em entrevista ao Insider, a pesquisadora Lisa Levin falou sobre as propriedades do Alvin. Ecologista marinha da Scripps Institution of Oceanography da Universidade de San Diego, ela realizou dezenas de mergulhos em águas profundas, conhecendo diversos submersíveis.

    E dedica palavras especiais para Alvin. “Ele é melhor do que a maioria em termos de ser muito confiável, seguro e fazer muito trabalho”, disse Levin. “Provavelmente contribuiu mais para a ciência do mar profundo do que qualquer outro submarino por aí.”

    As palavras de Levin não são à toa. Em seus mais de 5 mil mergulhos, Alvin foi responsável por vários avanços em pesquisas e descobertas científicas. Permitiu, por exemplo, uma fotografia em close-up da Dorsal Mesoatlântica, a cadeia montanhosa submarina mais longa do mundo, em 1974, ou a descoberta de vida selvagem nas fontes de águas quentes das Ilhas Galápagos, três anos depois.

    Mas poucas missões foram mais perigosas e surpreendentes do que o resgate de uma Bomba H, a temível ogiva de hidrogênio, que caiu a quase 3.000 pés de profundidade no Mar Mediterrâneo em janeiro de 1966, quando um avião B-52 da Força Aérea colidiu com um avião-tanque sobre a Espanha. Meses depois, Alvin desceu às profundezas para resgatar, com sucesso, as ogivas.

    “Há duas coisas que você não sacrifica em inovação e isso é qualidade e segurança”, disse J. Carl Hartsfield, um capitão aposentado da Marinha, ao Insider, fazendo um comparativo entre Alvin e o Titan.

    (Publicado por Fábio Mendes)