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    Primeiro presidente de esquerda da Colômbia, Gustavo Petro toma posse hoje

    Cerimônia de posse no dia 7 de agosto é uma tradição no país; nesta data, comemora-se a Batalha de Boyacá, um dos principais momentos fundadores da Colômbia desde a campanha de independência, concluída em 1819

    Anna Gabriela Costada CNN* , em São Paulo

    O presidente eleito da Colômbia, Gustavo Petro, toma posse neste domingo (7) e entra na história como o primeiro líder de esquerda a governar o país. A gestão de Petro na Presidência segue até 2026.

    Com 50,44% dos votos, o equivalente a 11.281.013 milhões de votos, Gustavo Petro foi eleito no segundo turno das eleições em 19 de junho, vencendo o empresário Rodolfo Hernández, então candidato populista de direita.

    No mesmo dia da posse, o presidente Iván Duque encerra seu mandato e se despede da Casa de Nariño, sede do governo da República da Colômbia.

    Ter a cerimônia de posse do novo presidente no dia 7 de agosto é uma tradição na Colômbia. Nesta data, comemora-se a Batalha de Boyacá, um dos principais momentos fundadores da Colômbia desde a campanha de independência, concluída em 1819.

    Como será a cerimônia de posse na Colômbia?

    O ato cerimonial reúne vários momentos importantes na posse do presidente na Colômbia. Começa com o hino nacional, mas seu elemento central é o juramento do novo presidente.

    O presidente eleito na Colômbia deve tomar posse perante o Congresso da República e recitar: “Juro por Deus e prometo ao povo cumprir fielmente a Constituição e as leis da Colômbia”, conforme estabelecido pela Constituição.

    A carta política alerta ainda que, se por algum motivo o presidente não puder prestar juramento no Congresso, “o fará perante o Supremo Tribunal de Justiça ou, na sua falta, perante duas testemunhas”.

    Após o juramento, a faixa presidencial é imposta e o vice-presidente, neste caso a vice-presidente Francia Márquez, é empossada.

    O evento, tradicionalmente realizado na Plaza de Bolívar, em Bogotá, também inclui um discurso do presidente do Congresso e do presidente eleito, que costumam ser longos devido ao tempo que marcam.

    Autoridades presentes na posse

    Dentre as autoridades que devem comparecer à cerimônia de posse do novo presidente da Colômbia, estão:

    • Rei Felipe VI da Espanha;
    • Gabriel Boric, presidente do Chile;
    • Guillermo Lasso, presidente do Equador;
    • Luis Abinader, presidente da República Dominicana;
    • Luis Arce Catacora, presidente da Bolívia;
    • Mario Abdo Benítez, presidente do Paraguai;
    • Laurentino Cortizo, presidente do Panamá;
    • Xiomara Castro, presidente da Honduras;
    • Rodrigo Chaves, presidente da Costa Rica;
    • Alberto Fernández, presidente da Argentina;
    • Beatriz Gutiérrez Müller, primeira-dama do México;
    • Dina Boluarte, vice-presidente do Peru;
    • Beatriz Argimón, vice-presidente do Uruguai;
    • Delegação do Governo da Holanda (Curaçao)
    • Félix Ulloa; vice-presidente de El Salvador;
    • Ministério das Relações Exteriores de Cuba;
    • Ministério das Relações Exteriores de Portugal;
    • Ministério das Relações Exteriores da Sérvia.

    Também confirmaram a presença as delegações do Reino Unido, Japão e Coreia do Sul, lideradas por parlamentares desses países.

    O presidente do Peru, Pedro Castillo, comunicou ao Governo da Colômbia que não poderá participar da transferência de comando porque o Congresso não lhe concedeu autorização para deixar o território, conforme estabelecido pela Constituição, e por isso será representado pelo vice-presidente.

    O representante brasileiro na posse será o Chanceler Carlos França, ministro do Itamaraty, que chegou na Colômbia no último sábado (6).

    Perfil

    Líder da esquerda, Petro é reconhecido como ex-membro do grupo de guerrilha M-19 (Movimento 19 de Abril), desmobilizado nos anos 1990. O passado como militante tornou a vida pública do primeiro colocado polêmica.

    Nascido no município de Ciénaga de Oro, no departamento de Córdoba, na costa caribenha, em 1960, entrou para a vida pública ainda jovem, aos 21 anos, como conselheiro municipal, uma espécie de vereador. Foi nessa época também que se aproximou do M-19.

    A eleição deste ano foi a terceira tentativa de Petro de ocupar a cadeira presidencial. Antes, o candidato foi senador e prefeito da capital colombiana, Bogotá.

    O programa do Pacto Histórico encabeçado por Petro — que se define como um esquerdista “progressista” em um país altamente tradicional e de direita — levanta a necessidade de reformas profundas em áreas tão diversas como o modelo econômico e o funcionamento das Forças Armadas.

    Ele traz propostas diversificadas na economia, na segurança, na igualdade de gênero e no meio ambiente. Veja aqui um resumo de suas principais propostas.

    Economia na Colômbia

    A Colômbia, como outros países da região, está passando por um momento econômico desafiador, com a inflação disparando e o peso seriamente desvalorizado em relação ao dólar.

    Críticos dizem que o plano de Petro para que a Colômbia não tenha mais um modelo de economia petrolífera extrativista influencia para desencorajar investimentos estrangeiros, desestabilizar mercados e desvalorizar a moeda.

    *Com informações da CNN Espanhol

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