Primeiro-ministro e presidente do Líbano assinam decreto para novo governo
Primeira reunião do novo gabinete deve acontecer na próxima segunda-feira (13); em colapso econômico, o país ficou mais de um ano sem governo
O primeiro-ministro do Líbano Najib Mikati e o presidente Michel Aoun assinaram um decreto para a formação de um novo governo nesta sexta-feira (10).
A primeira reunião do novo governo deve acontecer na próxima segunda-feira (13). A assinatura do documento aconteceu na presença do presidente do parlamento Nabih Berri nesta sexta-feira (10), disse a presidência em um comunicado.
O Líbano ficou sem governo por mais de um ano enquanto enfrentava um colapso econômico. O novo governo pode abrir caminho para uma possível retomada das negociações com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Com o anúncio, Mikati afirmou que espera frear o colapso enfrentado pelo país e trazer de volta a prosperidade. Ele falou com a imprensa libanesa ao término das reuniões que anunciaram o novo governo e se comprometeu em realizar as eleições parlamentares.
A França entrou em contato com líderes do Líbano para que eles concordassem com um novo gabinete e começassem as reformas necessárias desde a explosão catastrófica do porto de Beirute no ano passado, disseram fontes políticas libanesas.
Não houve nenhum comentário imediato do Ministério das Relações Exteriores da França.
A crise, que levou três quartos da população à pobreza, é a maior ameaça à estabilidade do Líbano desde a guerra civil de 1975-1990.
A situação atingiu um ponto crítico no mês passado, quando a escassez de combustível paralisou grande parte do país, desencadeando vários incidentes de segurança e aumentando a preocupação no Ocidente.
Youssef Khalil, um alto funcionário do banco central do país e assessor do governador Riad Salameh, foi nomeado ministro das finanças na proposta de formação do novo gabinete.
Tal como o gabinete do primeiro-ministro Hassan Diab, espera-se que o novo governo inclua ministros com conhecimentos técnicos que não são políticos proeminentes, mas foram nomeados pelos principais partidos.
O movimento islâmico xiita Hezbollah, um aliado político do presidnete Aoun, que é designado um grupo terrorista pelos Estados Unidos, pode ter nomeado dois dos 24 ministros, revelam fontes.
Outras fontes revelaram que houve intensos contatos durante a noite para tentar chegar a um acordo. A crise, que atingiu seu ápice no final de 2019, decorre de décadas de corrupção no Estado e financiamentos insustentáveis.
(Edição de Andrew Heavens)