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    Primeiro-ministro da Itália tem até esta quarta (20) para formar governo e seguir como premiê

    Prazo foi estabelecido pelo presidente Sergio Mattarella após Mario Draghi apresentar uma carta de renúncia

    CNN

    O primeiro-ministro da Itália, Mario Draghi, tem até esta quarta-feira (20) para formar um governo e permanecer no cargo. O prazo foi estabelecido pelo presidente Sergio Mattarella.

    Na última quinta-feira (14), o premiê apresentou um pedido de renúncia ao chefe de Estado, afirmando que a “coalizão de unidade nacional do seu governo não existia mais” e que, sendo assim, a melhor saída era renunciar.

    No mesmo dia, o presidente rejeitou o pedido, solicitando que Draghi comparecesse ao Parlamento para ter uma visão clara da situação política.

    A crise no governo se iniciou após Draghi perder apoio do Movimento 5 Estrelas, um dos partidos de base, que se posicionou de forma contrária a um projeto da coalizão governista para enfrentar a alta do custo de vida, argumentando que eles não fizeram o suficiente para ajudar a população.

    A moção abrangeu um pacote de ajuda financeira no valor de cerca de 26 bilhões de euros. Também incluiu um dispositivo que autoriza a capital da Itália, Roma, a construir um incinerador de lixo gigante — projeto que o 5 Estrelas sempre se opôs.

    Conservadores descartam compor governo com 5 Estrelas

    Nesta terça-feira (19), os partidos conservadores da coalizão descartaram continuar governando ao lado do 5 Estrelas,

    Draghi tem apoio suficiente para permanecer no cargo sem a legenda, mas sempre rejeitou essa possibilidade.

    Uma fonte em seu gabinete disse que estava esperando para ver se o partido, liderado pelo ex-primeiro-ministro Giuseppe Conte, voltaria ao grupo.

    Conte disse que está esperando por um sinal de Draghi de que está pronto para aprovar algumas das prioridades políticas do 5 Estrelas, como um salário-mínimo, antes de renovar seu apoio ao governo.

    Enlameando ainda mais as águas, os partidos Liga e Forza Itália disseram que não queriam mais dividir o poder com o 5 Estrelas.

    “O partido não está disposto a continuar trabalhando com o não confiável 5 Estrelas”, disse a Liga após uma reunião entre o líder Matteo Salvini e legisladores seniores.

    A posição dos partidos de base complica ainda mais os já difíceis esforços para manter o governo do primeiro-ministro Mario Draghi.

    Fica ou sai?

    O 5 Estrelas realizou várias reuniões nos últimos dias para tentar decidir sua estratégia, mas as discussões, muitas vezes acaloradas, só revelaram profundas divisões que podem ser escancaradas nesta quarta-feira, quando os parlamentares votarem após discurso de Draghi.

    Jornais italianos especularam que se um número suficiente de legisladores de 5 Estrelas se unirem ao lado do primeiro-ministro, ele estará disposto a continuar, mesmo sem o apoio de Conte.

    Draghi ganhou confortavelmente o voto de confiança da semana passada em um pacote de medidas destinadas a aliviar o alto custo de vida, apesar do boicote de 5 Estrelas.

    É quase inédito que um governo caia apesar de ter o apoio do Parlamento, mas o primeiro-ministro disse que sua coalizão de unidade não pode continuar a menos que esteja unida.

    Futuro

    Caso o primeiro-ministro não concorde em manter seu cargo ou não consiga restabelecer uma coalização, a alternativa seria convocar uma eleição no outono (do Hemisfério Norte), explicou o ministro das Relações Exteriores, Luigi Di Maio, advertindo que uma votação antecipada prejudicaria a economia italiana.

    A Itália não tem eleições no outono desde a Segunda Guerra Mundial, pois é neste período em que o orçamento do país costuma ser elaborado e aprovado pelo Parlamento.

    Se não forem antecipadas, as eleições gerais na Itália acontecerão em 2023.

    Se os eleitores forem convocados às urnas antes disso, Draghi poderia permanecer na função como interino, mas não elaboraria um Orçamento para o próximo ano, nem poderia decretar reformas exigidas pela Europa.

    *Com informações de Júlia Vieira, Renata Souza e Reuters

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