Primeiras medidas de Trump dividem americanos, diz pesquisa Reuters/Ipsos
Maioria da população aprova deportações e redução do tamanho do governo, mas é contra acabar com cidadania de nascença e mudar nome do Golfo


Os norte-americanos estão divididos na avaliação das primeiras medidas deste início de segundo mandato de Donald Trump nos Estados Unidos, que começou há uma semana.
No geral, 45% dos norte-americanos aprovam o desempenho de Trump como presidente, um pouco abaixo dos 47% aferidos em levantamento feito em 20 e 21 de janeiro, segundo Pesquisa da Reuters/Ipsos. A parcela dos que desaprovam foi um pouco maior, 46%, em relação aos 39% da rodada anterior.
O levantamento aponta que o reforço das políticas de deportação e a redução do tamanho do governo encontram apoio junto ao eleitorado. Cerca de 48% dos norte-americanos aprovam a abordagem de Trump com relação à imigração, em comparação a 41% que a desaprovam.
Segundo a pesquisa, Trump tem níveis significativos de apoio para o congelamento de contratações na maioria dos escritórios federais, com 49% dos entrevistados a favor, incluindo 80% dos republicanos e 43% dos democratas.
Em contrapartida, a mudança do nome do Golfo do México para “Golfo da América” e o fim da cidadania de nascença não tem apoio da maioria da população. O fim da prática de longa data do país de conceder cidadania a crianças nascidas nos EUA, mesmo que nenhum dos pais tenha status legal de imigração, tem posição contrária de 59% dos entrevistados, incluindo 89% dos democratas e 36% dos republicanos.
Na semana passada, um juiz federal impediu temporariamente que o governo Trump promovesse mudanças na cidadania de nascença, mas a Casa Branca prometeu continuar lutando.
Sobre a mudança do nome do Golfo do México, 70% dos entrevistados se opõem à mudança do nome para “Golfo da América”, ação determinada por Trump em seu primeiro dia no cargo. Apenas 25% dos entrevistados apoiaram a ideia, e o restante disse não ter opinião sobre o assunto.
Custo de vida
Uma possível fonte de preocupação para a equipe política de Trump pode ser a sensação ainda esmagadora de que o aumento dos preços continua indomável.
Cerca de 50% dos participantes da pesquisa disseram que o país está no caminho errado em relação ao custo de vida, em comparação com 25% que disseram que o país está indo na direção correta. Os demais disseram não saber ou não responderam à pergunta.
Políticas de igualdade e diversidade
Cerca de 59% dos entrevistados, incluindo 30% de republicanos, disseram ser contrários às medidas de Trump para acabar com os esforços federais de promoção da contratação de mulheres e membros de grupos raciais minoritários.
Questionados especificamente sobre decisão de Trump de fechar todos os escritórios federais de diversidade, equidade e inclusão, ou DEI, os entrevistados se dividiram de forma mais equilibrada, com 51% dos entrevistados posicionando-se contra e 44% a favor.
A pesquisa Reuters/Ipsos, realizada online nos EUA entre 24 e 26 de janeiro, entrevistou 1.034 adultos.