Primeira Expo do Oriente Médio será inaugurada em Dubai sob a sombra da pandemia
Com o lema 'Conectando Mentes e Criando o Futuro', evento espera 25 milhões de pessoas
Primeira feira mundial da sua dimensão a ser realizada no Oriente Médio, a Expo Dubai 2020 abre suas portas para expositores de quase 200 países nesta sexta-feira (1º), após ser adiada por aproximadamente um ano devido à pandemia da Covid-19.
A área de 4,3 km² ainda era deserta quando Dubai foi escolhida, oito anos atrás, para dar sequência à edição de 2015 da Expo, que aconteceu em Milão, na Itália.
Agora, o Emirado mais do que nunca precisa do impulso econômico esperado da vitrine do comércio global, mas terá que enfrentar as contínuas restrições da Covid-19 e a provável relutância das pessoas em viajar.
Antes da pandemia, a EY Consultoria previa que a Expo contribuísse, ao longo de seus seis meses, com 1,5% do PIB (Produto Interno Bruto) dos Emirados Árabes Unidos.
Dubai ainda espera oficialmente 25 milhões de visitantes, mais do que Milão recebeu e mais do que o dobro da população dos Emirados Árabes Unidos. Todos os maiores de 18 anos terão que ser vacinados contra o coronavírus ou apresentar teste com resultado negativo para participar.
Mas, diplomatas de cinco países diferentes disseram que revisaram as metas de visitantes de seus pavilhões nacionais. James Swanston, economista da Capital Economics, disse que os obstáculos contínuos às viagens ao exterior significam que o impulso econômico provavelmente ficará aquém das projeções.
Um porta-voz disse que o número de ingressos vendidos era comercialmente sensível, mas que a Expo estava “animada” com as vendas até agora. Muitos eventos serão transmitidos online.
Dubai afirma que quer que a Expo – uma exposição de cultura, tecnologia e arquitetura sob o lema ‘Conectando Mentes e Criando o Futuro’ – seja uma demonstração de engenhosidade e um lugar onde questões como mudanças climáticas, conflitos e crescimento econômico possam ser endereçadas em conjunto.
Mas seu papel principal ainda é o de fórum de comércio. “Todos os principais países e potências comerciais planejam usar a Expo para reorientar e redefinir sua posição no mercado mundial”, disse o comissário-geral da Expo da França, Erik Linquier.
O evento não está livre das críticas, no entanto. Na semana passada, o Parlamento Europeu incentivou os estados-membros e empresas a boicotar a Expo em desaprovação ao histórico de direitos humanos dos Emirados Árabes Unidos, alegando “perseguição sistemática de defensores dos direitos humanos, jornalistas, advogados e professores que falam sobre questões políticas e de direitos humanos nos Emirados Árabes Unidos e práticas desumanas generalizadas, infligidas a muitos dos trabalhadores migrantes dos quais os Emirados Árabes Unidos dependem”.
Os Emirados Árabes Unidos rejeitaram a resolução como “factualmente incorreta” e disseram que suas leis consagram um tratamento justo para todos.