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    Presidente de Taiwan diz que somente força militar pode manter paz com China

    EUA aprovaram venda de mais de mil drones armados à ilha

    Ben BlanchardFaith Hungda Reuters

    Somente a força militar pode manter a paz com a China, e o povo taiwanês não cederá à coerção chinesa, disse o presidente de Taiwan, Lai Ching-te, nesta quarta-feira (19), quando os Estados Unidos concordaram em acelerar o pacote de armas para a ilha.

    A China, cujo governo considera Taiwan como parte de seu próprio território, realizou dois dias de jogos de guerra ao redor da ilha logo depois que Lai assumiu o cargo no mês passado, dizendo que era uma “punição” por seu discurso de posse, que Pequim denunciou como sendo repleto de contexto separatista.

    Falando em uma coletiva de imprensa para marcar um mês desde que assumiu a Presidência, Lai disse que o povo de Taiwan “ama a paz”.

     

     

    “Mas a paz deve se basear na força, ou seja, evitar a guerra, preparando-se para a guerra para alcançar a paz. Promessas vazias não são paz verdadeira”, disse ele.

    A política nacional da China é anexar Taiwan, acrescentou Lai.

    “Além do uso da força, nos últimos anos eles têm usado até mesmo medidas coercitivas não tradicionais para forçar Taiwan a sucumbir, mas Taiwan não cederá”, disse ele.

    Taiwan afirma que esses meios coercitivos incluem impedir a participação de Taiwan em órgãos e eventos internacionais, proibir ou taxar pesadamente certas exportações para a China e táticas de “zona cinzenta”, como sobrevoar a ilha com balões.

    Pouco antes de Lai falar com os repórteres no gabinete presidencial em Taipé, a Defense Security Cooperation Agency do Pentágono informou que o Departamento de Estado dos EUA havia aprovado a venda de drones e mísseis para Taiwan por um valor estimado em 360 milhões de dólares.

    Os Estados Unidos são obrigados por lei a fornecer a Taiwan os meios para se defender, apesar da falta de laços diplomáticos formais, para a constante irritação de Pequim.

    O Ministério da Defesa de Taiwan expressou sua gratidão, especialmente pelos esforços dos EUA para aumentar as vendas de armas para a ilha. Taiwan tem se queixado repetidamente de atrasos nas entregas.

    “A equipe de gerenciamento especial Taiwan-EUA continua a trabalhar arduamente para melhorar a eficiência das operações de venda de armas entre os dois lados. Desta vez, o tempo de revisão administrativa foi significativamente reduzido”, disse o ministério em um comunicado, sem entrar em detalhes.

    Embora os Estados Unidos sejam o principal fornecedor internacional de armas de Taiwan, Lai e sua antecessora Tsai Ing-wen priorizaram o aumento das capacidades domésticas.

    “Daqui para frente, continuaremos a fortalecer as capacidades de defesa de Taiwan, não apenas na compra de armas, mas também na autossuficiência em defesa”, disse ele.

    Lai ofereceu várias vezes negociações com a China, mas foi rejeitado.

    Ele afirma que somente o povo de Taiwan pode decidir seu futuro e que os dois lados do Estreito de Taiwan “não estão subordinados um ao outro”, o que ele disse aos repórteres ser o consenso da sociedade em Taiwan.

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