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    Presidente da Bolívia diz que país sofre tentativa de golpe de Estado

    Tropas chegaram a tomar o palácio presidencial

    Da CNN

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    O presidente da Bolívia, Luis Arce, denunciou a mobilização irregular de algumas unidades do Exército do país nesta quarta-feira (26), ressaltando que o país sofre uma tentativa de golpe de Estado.

    Ele adicionou que a democracia deve ser respeitada.

    A agência de notícias estatal ABI informou que tanques estão sendo posicionados dentro e ao redor da Plaza Murillo, uma praça da capital La Paz onde estão localizados os escritórios dos poderes Executivo e Legislativo.

    Ainda segundo a ABI, a mobilização militar começou por volta das 14h30, no horário local.

    Uma testemunha da agência de notícias Reuters viu um veículo militar atingindo a entrada do Palácio Nacional e soldados entrando no edifício.

    A CNN está tentando entrar em contato com o governo da Bolívia para comentar.

    Evo Morales denuncia golpe de Estado

    O ex-presidente Evo Morales, também através das redes sociais, acusou as tropas de estarem planejando um golpe de Estado sob comando do general Juan José Zuniga.

    Ele pediu por “mobilização nacional para defender a democracia”.

    “Não permitiremos que as Forças Armadas violem a democracia e intimidem o povo”, concluiu.

    O general Juan Jose Zuniga disse a uma estação de TV local, segundo a Reuters, que “os três chefes das Forças Armadas vieram expressar nossa consternação. Haverá um novo gabinete de ministros, certamente as coisas mudarão, mas nosso país não pode continuar assim por mais tempo”.

    Quem é o general que liderou tentativa de golpe?

    Desde 2022, Juan José Zuñiga serviu como comandante-chefe do Exército da Bolívia. Ele foi preso na tarde desta quarta, após liderar a tentativa de golpe, segundo uma testemunha da agência de notícias Reuters.

    Na segunda-feira (24), o militar fez declarações polêmicas contra o ex-presidente boliviano Evo Morales, dizendo que ele “não pode mais ser presidente deste país”.

    Suas declarações custaram-lhe o cargo, já que o governo decidiu demiti-lo na terça-feira (25). Porém, o militar se revoltou contra o Executivo, liderando o levante.

    Saiba mais sobre o general através desta matéria.

    Procuradores iniciam investigação

    O Ministério Público da Bolívia disse nesta quarta-feira (26) que iniciará uma investigação criminal contra o general Juan José Zuniga e outros participantes por liderarem o que o governo e os líderes internacionais condenaram como uma tentativa de golpe.

    Lula diz que “golpe nunca deu certo” e presta solidariedade

    Ao ser perguntado pela CNN em entrevista coletiva nesta quarta, Lula destacou que pediu informações sobre a situação na Bolívia.

    “Eu quero informação, então eu pedi para o ministro Mauro ligar para Bolívia, ligar para o presidente, ligar para o embaixador brasileiro, para a gente ter certeza, para a gente poder ter uma posição”, disse Lula.

    “Como eu sou um amante da democracia, eu quero que a democracia prevaleça na América Latina. O golpe nunca deu certo”, o líder brasileiro acrescentou.

    Ele também fez uma publicação nas redes sociais reafirmando o compromisso do Brasil “com o povo e a democracia no país irmão presidido por Luis Arce

    Itamaraty condena tentativa de golpe

    O Itamaraty também publicou uma nota condenando “nos mais firmes termos” a tentativa de golpe.

    “O governo brasileiro manifesta seu apoio e solidariedade ao Presidente Luis Arce e ao Governo e povo bolivianos”, destaca a nota.

    “Nesse contexto, estará em interlocução permanente com as autoridades legítimas bolivianas e com os Governos dos demais países da América do Sul no sentido de rechaçar essa grave violação da ordem constitucional na Bolívia e reafirmar seu compromisso com a plena vigência da democracia na região”, adiciona.

    Organização dos Estados Americanos condena movimento

    O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, condenou a situação na Bolívia, enviando solidariedade a Luis Arce.

    “O Exército deve submeter-se ao poder civil legitimamente eleito, alertou.

    Almagro também destacou que não será tolerada “qualquer violação da ordem constitucional legítima”.

    *com informações da Reuters

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