Presidência interina de Juan Gaidó na Venezuela terminará em 2023
Fonte diplomática próxima à oposição disse à CNN que os Estados Unidos planejam remover seu reconhecimento
A experiência do chamado governo interino venezuelano presidido pelo líder da oposição Juan Guaidó terminará em janeiro de 2023, disseram à CNN duas fontes próximas à liderança da oposição.
Uma fonte diplomática próxima à oposição venezuelana disse pela primeira vez à CNN que os Estados Unidos planejam remover seu reconhecimento como presidente interino em janeiro, quando uma nova sessão legislativa começar.
Separadamente, uma fonte da oposição confirmou a veracidade de um artigo publicado quinta-feira (20) no Financial Times anunciando o fim iminente do “interino”.
“Isso está sendo negociado há muito tempo”, disse uma das fontes à CNN.
A CNN pediu a reação do próprio Guaidó e ainda aguarda uma resposta.
A possível mudança de status de Guaidó ocorre no momento em que a coalizão de oposição estabelece as regras para selecionar o candidato unitário que disputará as próximas eleições presidenciais em 2024. Guaidó ainda não confirmou se pretende participar do concurso.
Guaidó foi reconhecido como presidente interino da Venezuela por mais de 50 países em 2019, quando vários atores internacionais, incluindo Estados Unidos, União Europeia e Organização dos Estados Americanos (OEA), ignoraram a Presidência de Nicolás Maduro denunciando irregularidades em as eleições presidenciais de 2018.
Maduro e seus aliados políticos sempre negaram tais acusações e seu governo manteve o poder na Venezuela desde então, também apoiado por dezenas de nações, incluindo Rússia, China e Cuba.
Embora Guaidó continue se declarando presidente interino do país sul-americano, sua liderança diminuiu bastante, tanto na coalizão de oposição quanto na comunidade internacional. Isso ficou ainda mais evidente depois que o partido no poder recuperou sua maioria na Assembleia Nacional nas eleições de 2020.
Na prática, Guaidó não conseguiu exercer nenhum poder político dentro da Venezuela, embora o reconhecimento de governos como os Estados Unidos e o britânico, por exemplo, lhe tenha permitido o acesso à gestão de determinados ativos